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O B.O.A.A.tem razão?

Câmera clara 137

Por Luiz Joaquim | 16.05.2009 (sábado)

Uma troca de e-mails com um leitor estimulou a reflexão para a coluna de hoje. O leitor, que identifico aqui como “J”, questiona o alto custo de algumas produções para curta e longa-metragem no Brasil. A discussão não é nova. Talvez um dos debates mais recentes sobre o assunto aconteceu em 2005, no Festival de Gramado. Lá, naquele ano, dois títulos com orçamento bem dispares concorriam aos mesmos Kikitos: “Gajin 2”, de Tizuka Yamazaki (R$ 10 milhões) e “Carreiras” (R$ 35 mil) de Domingos Oliveira. O primeiro foi eleito o melhor filme do Festival, o segundo teve a melhor atriz do festival. Na ocasião da exibição, Domingos lançou inclusive uma vinheta/manifesto que chamou de B.O.A.A. (abreviação para o que chama de produções de Baixo Orçamento e Alto Astral). Na época, o comentário gerou certo desconforto para a concorrente, que havia dedicado oito anos na produção internacional de “Gaijin 2”, incluindo aí seu grande esforço para captar recursos. Acredito que a questão não passa pela cifra que o filme carrega em seu histórico – e penso que “J” possa pensar assim também. O foco da questão estaria sim na qualidade artística e técnica daquele produto. Acontece que é muito mais compreensível aceitar um filme ruim feito com R$ 35 mil que um feito ruim com R$ 10 milhões. Há, naturalmente, uma espécie de condescendência com o cinema pobre e não com o rico, do qual se exige competência. O que me parece equivocado na questão é julgar o filme pelo seu orçamento. A princípio, a competência deveria ser cobrada tanto para o filme rico quanto para o pobre. Mas, no meio dessa discussão, tem sim um ponto delicado. Como o governo poderia fazer para acompanhar a feitura de mega-produções brasileiras que levam o selo da Ancine? E mais, que tipo de critério e autoridade esse órgão teria para interromper, no meio do processo, um trabalho que julgasse ruim? Assunto delicadíssimo.

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REVEZES
Recado do Cineclube Revezes (Recife), da Unicap: depois de amanhã (18), a organização do cineclube (que completa dez anos em 2009), prepara a exibição de “Cry Baby”, com Johnny Depp, Igg Popp, e a beldade Amy Locane, além da ex-atriz pornô Traci Lords. O filme foi dirigido por John Waters em 1990. A sessão, que acontece às 19h no sala 510 do bloco A da Unicap, será seguida por um debate com Bernardo Queiroz, produtor e editor do “Programa de Cinema”, da Rede Estação (canal 14).

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CineCeará 2009
O 19º Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema, acontece este ano entre 28 de julho e 4 de agosto. Antes funcionando no mês de abril, a organização anunciou que a adiamento veio em função de uma adequação à crise econômica mundial. Inscrições poderão ser feitas pelo site (www.cineceara.com.br) a partir de 30 de março até 29 de abril.

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PROMOÇÂO
Começa hoje a promoção “Segunda Mania” nos cinemas da rede UCI/Ribeiro (Shop. Recife e Tacaruna), cuja vantagem promocional está em oferecer ingressos com preços todas as segundas-feiras (exceto feriados) pelo seguinte valor : inteira por R$ 6,00 e meia por R$ 3,00

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VOTE !
Laís Bodansky (“Bicho de Sete Cabeças” e “Chega de Saudade”) vai dirigir um filme para a produtora Gullane Filmes, em co-produção com a Casa Redonda e Buriti Filmes. E a Warner Bros. (através do site www.warnerlab.com.br, até o próximo domingo) dá a possibilidade do público escolher o nome do filme. A idéia veio em função da relação do enredo do filme e seu público alvo. O longa é destinado aos adolescentes, que cada vez mais utilizam a internet no cotidiano. As opções de títulos são: Agora é Minha Vez; As Melhores Coisas do Mundo; Escolha a Alternativa Certa; Mundo Livre; Ovelha Negra; Um Cara Chamado Mano.

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