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Pelo olho francês

Câmera clara 179

Por Luiz Joaquim | 09.11.2009 (segunda-feira)

Na edição de segunda-feira passada, o caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo publicou entrevista – feita pela ótima repórter Ana Paula Sousa – com o crítico de cinema Jean-Michel Frodon, ex-diretor da lendária revista francesa “Cahieur du Cinèma”. Frodon estava em São Paulo convidado como júri da 33º Mostra Internaciona de Cinema. Na entrevista, entres outros assuntos, o crítico diz que o cinema brasileiro vai mal das pernas, aparecendo hoje como uma promessa não-concretizada de um cinema que tinha potencial para lançar muitos ‘walter salles’. As declarações geraram a indignação de alguns realizadores brasileiros, entre eles Cacá Diegues que, dois dias depois, publicou uma réplica naquele mesmo jornal. Lá, o diretor de “Bye Bye Brasil” desabafou lembrando que “Frodon afirmou que o cinema latino-americano sofre de uma ‘dependência cultural de Hollywood’, mas não se dá conta de que outro modelo de colonialismo cultural, mais sofisticado, nos sufoca. Ele mesmo nos dá a pista desse colonialismo de esquerda (digamos assim), quando sugere que o cinema brasileiro devia ser como o que ele julga ser o asiático, modesto, cooperativo, com ‘forte realismo’, a fim de criar ‘uma pequena indústria’. Raramente um desses críticos se incomoda com a trajetória dos cinemas nacionais em relação à história contemporânea dos países em que são produzidos. Não lhes ocorre tentar entender o país através dos filmes realizados, em vez de construir um país teórico através de filmes que não foram feitos”. Independente de quem tenha a razão, a polêmica lançada nos parece interessante exatamente pelo nos fazer refletir sobre a contaminação de perspectiva que pode ser ter de um cinema estranho à sua cultura natural, incluindo aí um respeitado crítico francês.

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Amazônia
Em 7 de dezembro inicia o Fest Cine Amazônia, em Porto Velho, no Teatro Banzeiros. É a 7ª edição do evento, que esta ano abre com uma produção feita por artistas rondonenses que trabalham com animação. O tema deste ano é o Mapinguari. Carlos Levy, um dos curadores do festival diz que a vitrine vai funcionar como uma forma de valorizar e projetar a produção local com a mesma qualidade de produtores já consagrados no País.

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Festival de Vídeo 1
A partir de hoje, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e a Prefeitura do Recife abrem inscrições para duas oficinas gratuitas na área de audiovisual, como parte das atividades do 11º Festival de Vídeo de Pernambuco. Os interessados em participar dos minicursos “Realizando com 1 Minuto”, sob a a coordenação da jornalista Alice Gouveia, e “Roteiro Cinematográfico”, com o cineasta Leo Falcão devem se inscrever até a próxima segunda-feira. As aulas serão relizadas entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro, na Torre Malakoff e no Espaço Pasárgada. São 20 vagas para cada curso. Para concorrer, é preciso enviar e-mail para (c.cine.video.foto@gmail.com) com o nome do custo no título e com uma carta de intenção com no máximo dez linhas, constando também o nome completo, o e-mail e o telefone de contato do interessado.

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Festiva de Vídeo 2
O número total de vídeos inscritos para o 11º Festival de Vídeo do Recife somam 95 inscritos. Desse total, 20 são de ficção, 16 são documentários, 22 são experimentais, sete animações, além de 13 videoclipes. A categoria “universitários” teve 17 inscrições, sendo nove documentários e oito vídeos de ficção. Um grande destaque é a participação do interior do Estado, com produções da Zona da Mata, Agreste e Sertão. A Fundarpe divulga os selecionados dia 16 de novembro.

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