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Vilões sem graça

Câmera clara 201

Por Luiz Joaquim | 10.05.2010 (segunda-feira)

Esta primeira década do século será lembrada pela indústria cinematográfica no futuro, entre outros aspectos, como os anos em que os super-herois da Marvel e da DC Comics tiveram lugar de prestígio neste ambiente de altos lucro$. O problema é que, em tempos do politicamente correto, vai ficando cada vez mais difícil para Hollywood conseguir um bom vilão para seus super-herois. Quando estes mesmos super-heróis nasceram nos quadrinhos, os vilões tinham o peso de uma nação por trás deles, assim como os Supers tinham o peso dos EUA em suas costas. A carga pró-Tio Sam manteve-se, claro, nos mocinhos. A dos vilões morreu junto com algumas ideologias políticas internacionais. Nos anos 1950, 60, 70 – décadas de nascimento da maioria dos Supers que conhecemos – os vilões eram os russos comunistas, os cubanos, os nazistas, o Oriente Médio e por aí iam. Existia, nos embates, uma tensão maior, com sugestão de reverberação universal, sobre toda a raça humana. Por isso mesmo pareciam mais urgentes e envolventes. Nos últimos 20 anos, todas essas ameaças começaram a ruir e o inimigo passou a ser a as grandes economias corruptas, corporações mundiais e, mais recentemente, os desnaturados filhos da mãe natureza (“Avatar” !!). Um exemplo atual do fracasso na construção dos novos vilões está em “Homem de Ferro 2”. Apesar da boa bilheteria, o filme (ao contrário do primeiro) é um embuste do ponto de vista da sedução. E o primeiro tinha sua beleza na boa apresentação do personagem apoiada pelo carismo de Robert Downey Jr. Por isso, vale mais a pena assistir os heróis hollywoodianos revendo a própria postura de heroi, como faz muito bem “Zona Verde”, de Paul Greengrass, em cartaz no Recife.

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Cel.U.Cine
O Cel.U.Cine: Festival de Micrometragens está com inscrições abertas para a primeira etapa de sua nova edição. O tema é “O Mundo É Uma Bola”. O festival vai premiar os melhores filmes de 30 segundos a três minutos, produzidos em celular, câmera digital ou mini-DV. No site ( www.celucine.com.br ) os realizadores encontram informações sobre inscrições, regulamento, premiações e novas etapas. Os filmes também devem ser enviados através da página Os vencedores da primeira etapa serão anunciados no dia 5 de julho, no Oi Futuro em Ipanema, Rio de Janeiro. A realização é da Associação Revista do Cinema Brasileiro em parceria com o Oi Futuro ( www.oifuturo.org.br ).

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Clhoe
Um novo filme de Atom Egoyan, “Clhoe” (título no Brasil é medíocre: “O Preço da Traição”) deve entrar breve em cartaz no circuitão dos mutliplex recifenses. Cinéfilo sabem que o nome do canadense naturalizado Egoyan merece respeito pelo seu histórico. Mas não se enganem, o filme só está chegando nos shoppings pelo nome de duas estrelas no elenco: Julianne Moore e Liam Neeson. Aproveitem a brecha então.

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Política cultural
O Congresso Nacional inicia mais uma etapa de discussão sobre o modelo brasileiro de fomento à cultura. A Comissão de Educação e Cultura da Câmara promove, em todas as regiões do país, encontros sobre o Projeto de Lei nº 6.722/2010, que institui o Procultura. Por aqui, a reunião pública acontece hoje (10), às 14h, no Auditório da Assembléia Legislativa do Estado. O encontro conta com o apoio do Fórum dos Gestores Públicos de Cultura da Região Metropolitana do Recife e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

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