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Críticas

Esquadrão Classe A

Não existe plano B

Por Luiz Joaquim | 11.06.2010 (sexta-feira)

Ali pelo início dos anos 1980, havia uma série na TV bacana chamada, “Esquadrão Classe A”. Era bem servida com dois condimentos divertidos: 1) situações, à princípio, impossíveis de se resolver e, 2) uma forte camaradagem e cumplicidade entre os quatro sujeitos que formavam um esquadrão militar especial. Hoje chega aos cinemas a versão high-tec dos anos 2000 para o “Esquadrão Classe A” (The A-Team, EUA, 2010), reestilizada e com estrelas de forte apelo de público como Liam Nesson (Hannibal Smith), Jessica Biel (Sosa) e Bradley Cooper (Cara-de-Pau) e Patricky Wilson (o agente da CIA, Lynch).

Com algumas ações em ritmo próprio das produções contemporâneas, ou seja, em velocidade videoclipeira – a ponto de o espectador não entender quem está apanhando ou quem está batendo -, e com um certo excesso de efeitos digitais CGI, este novo “Esquadrão Classe A” se destaca dos outros filmes de seu gênero exatamente por manter pelo menos os dois elementos citados acima da série original, que o diretor e roterista Joe Carnahan (de “A Última Cartada”, 2007) mantém com inteligência.

Importante lembrar que a simplicidade no perfil do quarteto também define melhor o grupo. O chefe Hannibal é o cérebro por trás dos planos mirabolantes. Cara-de-Pau é o galã, que sempre consegue a ajuda das mulheres com seu charme; Murdoch (Shartol Copley) é o louco, literalmente, que pilota aviões e se joga quase como um suicida nas aventuras; além da figura mais emblemática do Esquadrão: B. A. (Quinton ‘Ranpage’ Jackson). Ele é o músculo.

B.A. é como uma fera, extremamente violento quando atiçado, mas docemente amançado pela comida feita por Murdock. Nos anos 1980, B.A. eram tão popular que bonequinhos replícas de sua imagem (no caso, imagem do ator Mr. T.) com seu penteado moicano eram um sucesso entre as crianças. Cada um com seus dotes, eles se põem como um grupo de super-heróis com um poderes especiais, só que mortais, e por isso mais simpáticos.

Na nova versão, há ainda a presença de uma ex-namorada de Cara-de-Pau (Biel) fazendo a conexão com a trama que amarra o filme. Toda a correria e as colossais explosões acontecem por causa de um ‘MacGuffin’, como diria Hitchcock. No caso, são placas de impressão de dolar americano que ficaram no Oriente Médio após a retirada das tropas de lá. Para encontrá-las, o esquadrão é convocado, mas ele vai ter que disputar a busca com a CIA e também contra o próprio militares norte-americanos (tendo Biel como a Capitã Sosa), que o desertou.

O que torna “Esquadrão Classe A”, o filme, uma típica (e boa) produção de ação hollywoodiana é a combinação de simpátia de seus heróis com, principalmente, a inteligência de seu roteiro. Quem for ao cine querendo apenas aventura regada a explosões e escapadas será satisfeito, mas se você for procurando uma história bem contada e surpreendente, também será satisfeito. É uma combinação perigoso para uma platéia preguiçosa com seu próprio cérebro. A Fox assumiu o risco. Ainda bem.

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