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Festivais

3º Fest Paulínia (2010) – abertura

Paulínia, cada vez mais forte

Por Luiz Joaquim | 14.07.2010 (quarta-feira)

Começa amanhã, e segue até a quinta-feira (22), o 3º Festival Paulínia de Cinema. Promovido pela prefeitura daquela cidade (a 119 quilômetros da capital de São Paulo), o evento pode passar despercebido ao comum espectador de cinema, principalmente aquele que reside naquela região, mas para os realizadores e para a imprensa especializada, Paulínia já começa a soar como um lugar interessante no cenário dos festivais brasileiros. Para os realizadores, há uma atrativo financeiro, que é o total de prêmios em dinheiro resultando em R$ 650 mil, divididos entre longas e curtas-metragens; enquanto que para a imprensa o festival reserva a estreia no país de alguns títulos que já tiveram ou terão repercussão internacional.

É o caso do filme que ilustra a cerimônia de abertura amanhã, às 20h no suntuoso Theatro Municipal de Paulínia (com ‘Th’ mesmo), em frente a prefeitura. Junto a uma homenagem ao diretor Hetcor Babenco, o festival exibe a cópia restaurada de “O Beijo da Mulher Aranha”, feito há 25 anos, e tendo sido o único filme latino-americano que esteve na mostra Cannes Classics 2010, além de ter recebido prêmios do Oscar, Cannes e Bafta de melhor ator para William Hurt.

Ao todo, Paulínia oferece 12 longas-metragens (seis em ficção e seis documentários) e 13 curtas-metragens, dos quais seis foram realizados na Região Metropolitana de Campinas. Dessa forma, a programação diária do festival e composta, na sequência pelo curta regional, longa documentário, curta nacional e longa de ficção.

Um destes curtas nacionais é de Pernambuco (na verdade, o único do Norte-Nordeste):”1:21″, realizado por Adriana Câmara, exibe segunda-feira. O título diz respeito ao horário em que uma tragédia acontece durante a madrugada. Tragédia que é mostrada através de uma sequência de fotografias.

Entre as boas expectativas para longas de ficção está o, exibido em Cannes, “5 Vezes Favela, Agora por Nós Mesmos”, que é uma coletânea de cinco episódios realizados coletivamente por diretores não-profissionais de comunidades carentes do Rio de Janeiro sob a administração de Cacá Diegues (revisitando a ideia do original “5 Vezes Favela”, de 1962).

Além de “Broder”, longa de estréia de Jeferson De, que em 2005 fez notícia com seu “Dogma Feijoada”. “Broder” fala do reencontro, já adultos, de três amigos de infância na periferia de São Paulo: um jogador de futebol, um advogado e um ainda suburbano. Já em “Malu de Bicicleta” o veterano Flávio Tambellini adapta o livro de Marcelo Rubens Paiva sobre o relacionamento entre um empresário paulistano mulherengo e uma carioca. Os três filmes concorrem com “Desenrola”, de Rosane Svartman; “Dores & Amores”, de Ricardo Pinto e Silva; e “As Doze Estrelas”, de Luiz Alberto Pereira (de “Tapete Vermelho”), agora falando sobre os bastidores de uma novela de TV.

Entre os documentários, “As Cartas Psicografadas de Xico Chavier”, de Cristiana Grumbach (assistente de direção de Eduardo Coutinho), ganha logicamente destaque em função do anterior sucesso dramatizado de Daniel Filho sobre o mesmo personagem.

No mesmo páreo com Grumbach está “Leite e Ferro”, de Cláudia Priscila; “Lixo Extraordinário”, de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley; “São Paulo Cia de Dança”, de Evaldo Mocarzel; “Uma Noite em 67” , de Renato Terra e Ricardo Calil; e “Programa Casé”, de Estevão Ciavatta, sobre a história do rádio e sua ligação com a música popular brasileira por meio da trajetória de Adhemar Casé, av” de Regina Casé.

Este ano Paulínia também promove o “Debate Filme Paulínia – políticas públicas para o cinema brasileiro”, na sexta-feira; e o “Encontro da Crítica”, no sábado, com a presença de Diego Lerer, representante da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (Fipresci) da América Latina e de associações de críticos de cinema no Brasil.

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