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Tropa de sucesso

Câmera clara

Por Luiz Joaquim | 11.10.2010 (segunda-feira)

E entrou em cartaz “Tropa de Elite 2”. Vale dizer que não são apenas os fãs do ex-capitão Nascimento (agora, no novo filme, subsecretário de Segurança do Governo do Rio de Janeiro, Sr. Nascimento) que estão empolgados com a novidade. O mercado exibidor está com os olhos brilhando com a possibilidade de bilheteria abarrotada graças ao apelo do filme de José Padilha. Claro que esse apelo está intimamente atrelado ao sucesso do anterior, que virou febre nacional em 2007, criando inclusive novos bordões nacionais como “pede pra sair!”. Sucesso, vale lembrar, impulsionado por uma circulação pirata antes de o filme entrar em cartaz e que, de forma inesperada, serviu de estímulo e promoção para o “Tropa 1”. Embora não haja um dado oficial sobre isso, estima-se que 11 milhões de pessoas viram o filme pelo DVD irregular. Já nas salas de cinema, os números oficiais indicaram cerca de 2,5 milhões de pagantes. Outro fenômeno na época residia na revisão do filme, um, duas e até três vezes pelo mesmo espectador. Vale lembrar que o filme 1 foi maltratado pela crítica especializada (mas, meses depois de sua estreia no Brasil, recebeu o prêmio máximo no Festival de Berlim em 2008). Enquanto isso, tudo o que espectador comum fazia era recomendar aos amigos para ir ver o filme. Hoje, o filme 2 recebeu a benção dos especialistas, apontando que a sequência está mais elaborada e complexa em seu discurso. O mais provável, entretanto, é Padilha estar esperando pelo carinho do público. Esta é uma semana decisiva para “Tropa de Elite 2”, e deve acenar para o futuro da produção. Há quem acredite numa performance de cinco milhões de espectadores. Talvez a previsão seja precipitada uma vez que para filmes como “Dois Filhos de Francisco” (5,3 milhões espectadores) e “Se Eu Fosse Dois 2” (6,2 milhões) havia um interesse duplo de espectadores: homens e mulheres. Com a brutalidade dos policiais de Nascimento, as mulheres não se identificam tanto. E sabe-se que as mulheres frequentam os cinemas dos multiplex mais que os homens. Então… aguardemos. Em tempo: As 660 cópias de “Tropa de Elite 2” (equivale a 1/3 dos cinemas do País) levaram 1,25 milhão de pessoas aos cinemas nos seus três primeiros dias em cartaz (de sexta-feira a domingo). É um recorde para um filme brasileiro, desde 1994.

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TROPA PIRATA
O diretor José Padilha, de “Tropa de Elite” 1 e 2 garantiu que não havia meio desta sequência, nos multiplex desde sexta-feira, vazar para a pirataria antes da estreia nos cinemas, como aconteceu em 2007. O diretor de “Ônibus 174” disse que o filme completo existe apenas no formato ótico, e não em digital. Como o filme já está em cartaz, é possível que hoje ou amanhã você já esbarre num camelô vendendo o pirata, entenda então que o disquinho ilegal deve trazer uma versão daquelas em que alguém gravou o filme de uma sala de cinema, do ponto de vista de um espectador, com cabeças e pessoas passando na frente da imagem. Em resumo, o melhor é ir ver cinema no cinema. Sempre.

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CINE-BH
O Cine-BH: Mostra de Cinema de Belo Horizonte, na 4ª edição, está toda orgulhosa de si. E com razão. Este ano (vai de 21 a 26 de outubro) o evento sedia o Brasil CineMundi, ou seja, o primeiro encontro de coprodução com interessados estrangeiros, e contará com “olheiros” de festivais grandes como o de Berlim. O realizador que estiver ali com seu filme incluído pode cair nas graças de um desses olheiros. A cultura brasileira agradece.

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LEMMERTZ
O jornalista pernambucano Cleodon Coelho (ex-Folha de Pernambuco) foi o responsável pela biografia da atriz Lilian Lemmertz, que tem o subtítulo “Sem Rede de Proteção”. O livro sai pela Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Cleodon lança a brochura nesta quarta-feira na Livraria Travessa, Rio de Janeiro, e em breve virá lançá-lo na Livraria Cultura do Recife.

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