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Críticas

Um Novo Caminho

Em guarda contra o álcool

Por Luiz Joaquim | 22.10.2010 (sexta-feira)

Em cartaz no Cine Rosa e Silva (Recife) “Um Novo Caminho” (Le Dernier Pour la Route, Fra., 2009), é o primeiro filme de Philippe Godeau. Posto isso, é válido dizer que o realizador fez um trabalho interessante. Mas, colocando a condescendência (pela inesperiência) à parte, veremos que o trabalho bate sobre a mesma tecla quando o assunto é a recuperação de um alcoólotra, no caso Hervé (François Cluzet). Ele é um empresário, bem de vida, casado e pai de um adolescente que finalmente assume sua debilidade internando-se numa clínica de reabilitação.

Parte do filme passa por essa fase de aceitação do problema, depois pelo processo de melhora, sempre ouvindo os casos escabrosos dos outros pacientes, chegando, enfim, a um affair com a irritante adolescente Magali (Mélaine Thierry), fujona e reiscindente na clínica, que seduz Hervé por diversão. Ele, por sua vez, está apenas confuso, e nessa crise com a própria estima, se dá mal.

Apesar da habitual boa interpretação do elenco frances (em particular de Cluzet), e também da elegância narrativa, como sempre, a direção é conduzida, sobra um excesso na dramaturgia das situações criadas pelo roteiro também de Godeau, junto ao verdadeiro Hervé, autor do livro que inspirou o filme.

E mesmo sendo cuidadoso em não carregar nas tintas do moralismo que um enredo desse pode suscitar, o mérito de “Um Novo Caminho” parece vir da histórica boa escola do cinema francês contemporânea (ao menos a que nos chega por aqui), e nem tanto pela criatividade de Godeau. Em tempo, o filme exibiu no Recife em junho, dentro do 9º Festival Varilux do Cinema Francês.

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