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3o. Janela (2010) – Guiado por Vozes

A música como norte

Por Luiz Joaquim | 15.11.2010 (segunda-feira)

A mostra competitiva de curtas-metragens deste 3º Janela Internacional de Cinema do Recife é composta por 14 programas, sendo seis formados por filmes estrangeiros e oito brasileiros. Destes, nesta segunda-feira (15), é possível ver duas sessões no cine São Luiz (às 19h, o nacional entitulado “Estamos Todos Juntos”; e às 20h45, o internacional batizado “Estados Alterados”). O terceiro, brasileiro, exibe no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco às 19h, com o título “Guiado por Vozes”.

Por opção da curadoria, os títulos que dão nome aos programas tentam sintetizar estética, formal, ou tematicamente uma linha que pode unir os filmes ali agrupados. No caso de “Guiados por Vozes”, a música é um elemento presente e constante nos quatro filmes, mas não apenas isso. Ela, a música por si só, é suficientemente definidora do drama de seus personagens ou da situação criada.

No carioca “Áurea” (melhor vídeo do 14º Cine-PE) o diretor Zeca Ferreira compõe um retrato delicado da cantora da noite Áurea Martins. No filme, é a própria Áurea que vemos, integrada em seu cotidiano, mas não mostrada no relaxamento do formato documental. Há uma interepretando de si mesmo, e um tratamento minuscioso de fotografia que empresta o glamour que os artistas da noite merecem. A beleza plástica, combinada ao talento de Áurea, é tanta que o filme digital humilha muitos outros feitos em película, a ponto de esquecermos que ali está um produto fotografado binariamente.

Em “Ave Maria ou Mãe dos Oprimidos”, de Camilo Cavalcante (vencedor do 42º Festival de Brasília), também temos uma (premiada) fotografia e imponente. Mas é a música sagrada, das 18h, na voz de Luiz Gonzaga que pontua estas imagens e sua intensidade. Menos determinante em “A Amiga Americana”, a canção “Como Uma Onda”, de Lulu Santos e Nelson Motta, na voz e violão de uma fortalezence, aparece mais para celebrar a autenticidade de uma nova amizade da brasileira com a amiga americana. Há ainda o carioca “Raz”, de André Lavaquial, com o menino que canta rap no metrô, enquanto desbrava a metrópole impassível.

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