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A crítica, o autor e o outro

Câmera clara 227

Por Luiz Joaquim | 13.12.2010 (segunda-feira)

A maturidade da crítica de cinema constroi-se, e sempre construiu-se, de forma coletiva. Ela é refletida numa uniformização do discurso. Discurso invariavelmente ‘contaminado’ pela voz do ‘Outro’ (sendo esse ‘Outro’ a própria crítica e o público de cinema, podendo relacionar-se ainda com seu sucesso ou fracasso de bilheteria). O que nos remete ao conceito de heterogeneidade discursiva, ou seja, a crítica firma uma relação de um discurso com outros discursos; vozes discursivas outras que se manifestam em um dado discurso e interferem no seu sentido. O que não significa que o autor da crítica esteja totalmente apagado. O especialista em linguística, Sírio Possenti lembra, em publicação de 2002, que “o sujeito nem sempre tem consciência do que ocorre, quase nunca detém o controle, é constantemente surpreendido ou soterrado por matéria discursiva vertida pelo id, ou dominado pelo super-ego ou por alguma instância produtora de discursos que o cerca, domina-o, submete-o, seja ela uma episteme, uma teoria, uma doutrina, um locutor indeterminado, enfim, uma instância que é não-eu, que é outro ou o Outro”. São apenas algumas reflexões, para aqueles que trabalham com o texto valorativo. Vez em quando é interessante baixar a bola até o terreno da humildade.

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Bolshoi
próximo domingo, a sala 3 do UCI/Ribeiro do shopping Recife será o palco para a exibição ao vivo do espetáculo “O Quebra Nozes”, do ballet Bolshoi (foto). As imagens, em alta definição de som e imagem, acontece para sete salas da rede UCI no Brasil. Sessão é às 13h (no Recife). Os ingressos já estão à venda num guichê exclusivo do multiplex no shopping citado. Custam R$ 40 a unidade.

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Zé do Caixão
Sexta-feira, passada, o Festival Internacional de Cinema de Havana homenageou Mojia Marins, o Zé do Caixão, exibindo no La Rampa Cinema Havana, “Esta Noite Encarnarei no Seu Cadáver” (1967). Sessão foi acompanhando, ao vivo, pelo guitarrista norte-americano Gary Lucas. Prática comum na Mostra de Cinema de Ouro Preto (com seus apenas quatro anos), estas sessão, com trilhas sonoras executadas ao vivo, são quase sempre encantadoras. Quem sabe o Cine-PE não se inspira para abrir 2011 assim…

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Curtas PE
Nesta quinta-feira, às 20h30, a mostra Expectativa 2011/ Retrospectiva 2010 do Cinema da Fundação encerra com a projeção dos curtas exibidos no recente Festival de Brasília: “Acercadacana” (foto), de Felipe Calheiros; “Café Aurora”, de Pablo Polo; “My Way”, de Camilo Cavalcanti; e outros dois jovens filmes digitais locais, o divertido “O Monstro da Várzea’, de André Pinto, e “O Ano Passado em Itamaracá”, de German Ra. Imperdível.

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