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Cinema nacional?

Câmera clara 234

Por Luiz Joaquim | 14.02.2011 (segunda-feira)

Não há mais cinema nacional. Foi o que afirmou, com um certo lamento, o cineasta Geraldo Sarno na mais recente Mostra de Cinema de Tiradentes. A 14ª edição, para ser preciso, encerrada dia 29 de janeiro. Contextualizando a frase do cineasta, que esteve na cidade mineira exibindo seu “O Último Romance de Balzac”, vamos entender que o vies de seu desabafo dizia respeito a um novo projeto seu, que teve os recursos negados em função de um impecilho burocrático. Com um programa de filmagens no Nordeste, o projeto não conseguia angariar recursos no Nordeste porque a empresa produtora estava sediada no Rio de Janeiro e as questões tributárias do filme diziam respeito àquele Estado. Já no Rio de Janeiro, Sarno não conseguiu levantar dinheiro porque as filmagens aconteceriam no Nordeste, e isso não interessava ao investidor carioca. É nesse sentido que Sarno vaticina: “nao existe mais o cinema nacional. Hoje há um cinema regional”. Problema parecido aconteceu com Beto Brant há dois anos (comentamos no Câmera Clara de 7 de julho de 2008, ‘Territorização do Cinema’), quando teve um projeto aprovado pela lei de incentivo municipal de São Paulo. Ao descobrirem que o filme seria rodado em Rondônia, o benefício paulista foi cortado, atrasando o projeto do diretor de “Cão sem Dono”. O novo filme de Brant trata de uma adaptação do romance “Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios”, de Marçal Aquino, que originalmente se sucede no interior do Pará. Não é difícil entender a perspectiva e os interesses monetários dos investidores nessa negativa em investir em filmes que não falem do próprio umbigo. Mas não deixa de ser uma pena que isso aconteça. O que se salienta dessa história é que ninguém está errado. O problema só revela uma fragilidade do sistema de investimentos pelo qual o cinema brasileiro depende quase que totalmente desde o início da Retomada, lá pelo comecinho dos anos 1990. É para se pensar… Para encerrar: mais uma pérola de Sarno: “A inquietação que move a linguagem audiovisual no cinema brasileiro é tão importante quanto as que movem o Petrosal”.

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Cruise
Tom Cruise está em negociações finais para co-estrelar “Rock of Ages”. Uma adaptação da New Line (braço ‘alternativo’ da Warner) para um hit dos palcos nos anos 1980. Quem vai dirigir é Adam Shankman a partir do roteiro de ChrisD’Arienzo. Cruise tem estudado o projeto desde outubro. Ele será Stacee Jaxx, uma arrogante e charmosa estrela no ápice da carreira. O personagem cantava “Wanted Dead of Alive”, de Bon Jovi, na produção teatral. Quem ainda negocia participação no filme é Alex Badlwin e Russell Brand. Filmagens devem iniciar em maio.

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Modelo atriz
Não são poucas as beldades que saem da vida de modelo e entram na vida de estrela de cinema. Halle Berry, Charlize Theron, Cameron Diaz e agora surge a linda Brooklyn Decker. Ela está pulando das passarelas para a tela em “Just Go With It”, com Adam Sandler e Jennifer Aniston, e em breve aparece em “Battlesship”. Que bom.

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Esnobados
Não receberam indicações ao Oscar 2011 Danny Boyle (“127 horas”), como diretor, assim com Christopher Nolan (“A Origem”). Mila Kunis também não entrou na lista de atriz coadjuvante por “Cisne Negro”. Já a boa animação “Meu Malvado Favorito” deu lugar a “O Mágico”. Andrew Garfield perdeu de concorrer como coadjuvante em “A Rede Social”. Não lembraram de Julianne Moore por “Minhas Mães, Meu Pai”. “Tron” não entrou na lista de efeitos especiais. A canção “You Haven’t Seen the Last of Me”, que deu o Globo de Ouro a Cher não concorre na mesma categoria do Oscar.

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