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Festivais

16o Cine-PE (2012) – noite 4

Rolo trocado compromete sessão

Por Luiz Joaquim | 01.05.2012 (terça-feira)

Parece uma ironia do destino que a identidade visual deste 16o Cine-PE: Festival do Audiovisual se apoie na ideia de o ‘final dos tempos’. Isto porque na quarta noite do evento, anteontem, ocorreu o terceiro problema grave durante a projeção de filmes. Depois do som falho na abertura com “À Beira do Caminho”, e depois da projeção com imagens travando no primeiro dia da Mostra Pernambuco, no sábado, a platéia do Cineteatro Guararapes testemunhou no domingo o cancelamente da sessão do longa-metragem competitivo “Boca”, de Flávio Frederico, quando já eram decorridos 37 minutos de projeção do mesmo.

O motivo: o filme foi montado com a sequência de rolos trocada. Dessa forma, o que se viu foi a quarta parte do longa-metragem entrando no lugar da terceira parte. Coube ao produtor do filme, Rodrigo Castela, dar o aviso ao público que a sessão iria parar ali pois “não havia sentido em continuá-la”.

Na manhã de ontem, a BPE Produções, responsável pelo Cine-PE, já anunciou a re-exibição de “Boca” para hoje, às 17h com entrada gratuita no Cineteatro Guararapes. Dessa forma, foi cancelada a sessão do filme “O Beijo no Asfalto”, de Bruno Barreto, em homenagem a Ney Latorraca. Já “Xica da Silva”, em homenagem a Cacá Diegues, será projetado às 10h da manhã de hoje, também com entrada franca.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Alfredo Bertini comentou: “ontem [domingo] aconteceu uma coisa primária, mas não vamos ‘fulanizar’ a responsabilidade. Fizemos as correções em comum acordo com a produção do filme com o mínimo de prejuizo. Não podemos baixar a cabeça e temos de considerar a história do festival. Os erros servem como aprendizado”, concluiu, levantando a moral de sua equipe.

CURTAS
Antes de toda a confusão na sessão de “Boca”, Cacá Diegues recebeu sua homenagem lembrando que aproveitará a celebração pelos seus 50 anos de carreira para começar a fazer tudo de novo, como se fosse do zero, porque o que não lhe faltam são ideias.

O programa competitivo de curtas exibiu um pouco antes, abrindo com “As Folhas, de Deleon Souto. O filme situa um garoto em Patos (PB) no dia de seu aniversário, que supre a ausência do pai e da mãe através de uma relação lúdica com uma árvore no quintal. Com uma estrutura frágil, “As Folhas” foi o título mais fraco dos três no programa.

Ele foi apagado pela força da co-produção Recife, São Paulo “Di Melo: O Imorrível”, de Alan Oliveira e Rúbens Pássaro, sobre a história do cantor Di Melo, que tendo gravado um único disco em 1975 virou uma lenda e era dado com morto. A irreverência e bom humor do cantor bem captado pelas lentes à vontade da dupla de diretores fez a platéia gargalhar e arrancou os mais volumosos aplausos do Cine-PE até agora.

O humor de “Cesar!”, do paulista Gustavo Suzuki, também conquistou imediatamente o auditório com a história dos três amigos colegiais nerds que se unem para tramar uma vingança contra César, o colega playboy e malvado da escola. A alma do filme está na química dos ótimos atores Thomas Huszar, Paulo Barsottini e José Fontana. O trio, numa química perfeita, dá corpo ao bom roteiro de Suzuki, que lembra uma comedia juvenil americana, mas com condimentos bem brasileiros, mais paulistas, na verdade. Divertido.

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