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Kleber Mendonça X Globo Filmes

Câmera clara 361

Por Luiz Joaquim | 25.02.2013 (segunda-feira)

Não se falou em outra coisa semana passada, no meio cinematográfica brasileiro, que não fosse o desafio lançado por Carlos Eduardo Rodrigues (o Cadu), diretor executivo da toda poderosa Globo Filmes ao cineasta Kleber Mendonça Filho, que com seu filme de produção modesta (menos de R$ 2 milhões) já alcançou quase 80 mil espectadores no Brasil desde de 4 de janeiro em cartaz. O resumo é que Mendonça em entrevista ao caderrno “Ilustríssima”, da Folha de S. Paulo de 17 de fevereiro, comentou que se “seu vizinho filmar o churrascar lançar nos cinemas no esquema da Globo Filmes, alcança fácil os 200 mil espectadores”. Três dias depois, Cadu pediu aos amigos para divulgar seu desafio. Que se Kleber “produzir e dirigir um filme e fazer 200 mil espectadores com todo apoio da Globo Filmes… nada do nosso trabalho será cobrado…. Se não fizer os 200 mil, assume publicamente que como diretor ele é talvez um bom critico”. No mesmo dia, de Istambul, onde “O Som ao Redor” foi exibido, Kleber respondeu pelo Facebook resumindo que atingir um número “x” de espectadores não prova que ele é um cineasta. Que, para ele, “o sistema Globo Filmes faz mal a ideia de cultura no país. Atrofia o conceito de diversidade no cinema brasileiro”. E lançou um desafio de volta: que a empresa invista ao menos em três projetos, por ano, que “tenham pretensões de ir alem, que não sumam do radar da cultura depois de três quatro meses cumprindo metas de atrair milhões de espectadores”. Posto isso, fazemos a pergunta: a proposta de Kleber (que é sensata) fica automaticamente invalidada por ter saído da cabeça de um “adversário” do mercado? Ou a Globo Filmes é humilde o suficiente para reconhecer uma boa ideia? Enfim, não é nada que esta coluna não tenha alertado em edições anteriores, mas com os interlocutores Cadu e Kleber com a boca no trombone sobre a questão, a grande mídia acordou e se excitou (troca de farpas sempre funciona). Agora é a hora de algum festival de cinema transformar isto em tema sério de debate. Quem sabe o Cine-PE não cumpre esse papel…

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STAMP
O inglês “The Guardian” elegeu os cinco melhores momentos no cinema do ator Terence Stamp (foto acima). São eles em “Superman 2” (1980), de Richard Lester; em “O Estranho” (1998), de Steve Soderbergh; em “Priscilla: A Rainha do Deserto” (1994), de Stephen Elliott; em “Longe Deste Insensato Mundo” (1967), de John Schlesinger; e na comédia “Os Picaretas” (1999), de Frank Oz. Você concorda? Este colunista incluiria “O Colecionador” (1965), na foto, de William Wyler.

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Cinema ambiental
A 2ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental abre inscrições para filmes brasileiros. Os interessados poderão se inscrever até quinta-feira (28) pelo site www.ecofalante.org.br. Serão aceitas obras finalizadas a partir de 2010, sem restrições quanto a gênero, duração ou suporte de captação/finalização, com temáticas ambientais, tais como: energia, água, mudanças climáticas, consumo, povos e lugares, ativismo ambiental, resíduos sólidos, políticas públicas socioambientais, mobilidade, habitação, áreas verdes, áreas urbanas, alimentação, economia verde, globalização, vida selvagem, sustentabilidade, entre outras.O evento é gratuito de caráter não-competitivo e acontece em São Paulo, de 23 a 30 de maio de 2013, em três salas de cinema.

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Na Escandinávia
Já a inscrição para participar do 8ª edição do BrasilCine estão abertas até o dia 30 de abril. Este Festival de Cinema Brasileiro na Escandinávia, acontece em outubro e novembro nas cidades de Estocolmo e Gotemburgo. São aceitos curtas, medias e longas produções brasileiras finalizadas e/ou lançadas entre 2009 e 2013 nas categorias de ficção, animação, documentário e experimental. Para se inscrever, o candidato deve preencher a ficha de inscrição (http://www.mynewsdesk.com/#http://brasilcine.se) e enviá-la impressa juntamente com duas cópias do filme em DVD multi-região e CD com imagens de divulgação em alta resolução para o endereço que consta no regulamento. O BrasilCine é uma mostra de produções audiovisuais de caráter não competitivo cujo objetivo é o de divulgar a diversidade de produção cinematográfica independente brasileira apresentando filmes oriundos de vários pontos do país sem se prender ao eixo Rio – São Paulo.

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