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Críticas

Achados e Perdidos

“Policial” à moda americana

Por Luiz Joaquim | 18.09.2018 (terça-feira)

– publicado originalmente em 28 de Abril de 2006 no jornal Folha de Pernambuco

Vendo Achados e perdidos (Brasil, 2006), de José Joffily, notamos que estamos diante de um filme policial brasileiro, mas bem à moda norte-americana. A afirmação implica em dois aspectos: o dramático – a história poderia figurar poderia em qualquer produção gringa -; e o técnico – Achados… prima por um acabamento irretocável, exceto pela esforçada mas precária atuação da atriz Juliana Knust, como a prostituta Flor, e algumas derrapadas de Antônio Fagundes como um ex-delegado.

O filme, que encerrou a edição de 2006 do Cine-PE, foi adaptado do livro de Luiz Alfredo Garcia-Roza e, como disse a atriz Zezé Polessa na ocasião do festival de cinema daquele ano, teve alguns personagens condensados nos três protagonistas: ela, como a prostituta Magali, pela amiga Flor, e pelo delegado aposentado Vieira (Fagundes).

Vieira, que teve uma ficha correta em sua carreira, agora é tido como o maior suspeito pelo assassinato misterioso de sua amante Magali. O diretor Joffily (de Dois perdidos numa noite suja, 2003) já abre o filme com essa informação e, aos pedaços, vai dando ao espectador detalhes do que foi o romance de Viera e Magali, além do porquê de seu apego a uma prostituta. O enredo é complementado pela presença da jovem amiga de Magali, assediando Vieira depois de viúvo, que também é chantageado por um ex-colega da polícia.

Mesclando o passado e o presente em boas doses e em bom ritmo, Achados e perdidos soa como um estrangeiro no meio das produções brasileiras da época. Fica, assim, num espaço isolado, como um alienígena bem apresentável, mas sem o viço de brasilidade que dá cor à tez das produções nacionais.

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