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Críticas

Terapia do Prazer

Um bom enredo, porém trabalhado de forma rasa

Por Luiz Joaquim | 16.10.2018 (terça-feira)

— publicado originalmente em 9 de Novembro de 1997 no Jornal do Commercio.

O prazer sexual como terapia. Alguém poderia pensar em algo mais agradável para tratar dos problemas da mente? A imaginação vai longe quando se pensa de que maneira este filme conduz o assunto. Mas o diretor, Lance Young, não consegue fazer um bom filme e, consequentemente, não nos convence do que ele acredita ser uma boa idéia. Maria (a bela Sheryl Lee, de Twin Peaks, Encaixotando Helena, Notas do subterrâneo e Os 5 rapazes de Liver-pool) é uma recém-casada que tem certas paranoias, como dormir com um mata-moscas e limpar a casa duas vezes por dia.

Seu marido (Craig Sheffer, de Nada é para sempre, Vem dormir comigo e Alguém muito especial) sabe dessas maluquices mas não desconfia do que a esposa esconde quando se trata de sexo. Fazendo uma terapia para casais ele escuta dela a confissão de que não consegue atingir o orgasmo. Tudo que parecia ser tão real, era fingimento. Mais tarde ele descobre, acidentalmente, que Maria está frequentando um outro terapeuta, Baltazar (o veterano Terence Stamp, que já trabalhou com William Wyler no clássico O colecionador, e, mais recentemente em Priscilla, a rainha do deserto).

Baltazar trata de suas pacientes de maneira muito pouco ortodoxa. Ele, fisicamente, dá à elas o que não conseguem com seus maridos. A partir daí o filme perde o rumo e alguns atores são submetidos a situações constrangedoras. Stamp está patético como o médico-gênio, supercool, que vive recluso com suas teorias psico-sexuais.

Sheffer parece mais uma marionete. Ora manipulado pela esposa, ora pelo terapeuta. Não são raras as vezes em que ele é colocado em situações esdrúxulas e ridículas, com diálogos piores ainda. Sheryl Lee faz o possível para tentar passar sentimento de verdade e é a única que consegue, com exceções em algumas tomadas açucaradas. Além de tudo, o roteiro, mal amarrado, não permite ao espectador compreender o motivo de determinadas cenas. O ponto positivo fica por conta do “ineditismo” da história que não nos deixa saber que caminhos o filme vai tomar a cada minuto que se passa.

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