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A aldeia

Câmera clara 175

Por Luiz Joaquim | 12.10.2009 (segunda-feira)

Difícil sintetizar o que significa o legado cultural que um evento como o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro deixa para o comum espectador de cinema e para seus profissionais. Circulando pelas mais de 30 salas espalhadas naquela cidade que exibiam a programação do Festival, podia-se encontrar uma edição do Nisimazine, jornalzinho publicado pela Nisi Masa, uma rede européia de cinema jovem, no âmbito de uma oficina de jovens críticos. Nela, o editoral da austríaca Zsuzsanna Királ, 25 anos, conseguiu dar um desenho bem próximo do sentido que é participar de um grande festival de cinema. Ela dizia “É de praxe estabelecer contatos em festivais de cinema e em lugares como o Pavilhão do mercado de cinema (QG do Festival do Rio), nas estréias, em festas, ou até mesmo numa fila para comprar um lanche. Como todo frequentador de festival tem como propósito o atendimento, as conversas são, principalmente, concentradas no intercâmbio de ideias e de informações. Durante essa troca, novas ideias são geradas, acordos são feitos, amizades formadas e cultivadas. As pessoas vão também estar falando sobre os últimos filmes visto e darão um parecer sobre os mesmo, sem esquecer, é claro, que tanto nas artes, e especialmente no cinema, os gostos são diferentes. Que ideia legal seria se reunir com alguém completamente diferentes e mostrar uns aos outros os seu favoritos, discutir e talvez descubrir algo de novo.O circuito do festival é como uma metrópole com muitos ” bairros” diferentes, que estão interligados uns aos outros, mas diferem em sua popularidade e especialidade. No entanto, ao visitar alguns desses bairros regularmente os laços entre os festivais e seus frequentadores se fortalecem e assim, eventualmente, a metrópole se transforma em uma espécie de aldeia onde todos se conhecem. Há uma teoria que afirma que se você conhece seis pessoas, você conhece o mundo inteiro – festivais de cinema são prova cabal dessa teoria”. Perfeito.

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Debut
Alguém lembra do parceiro de Fernando Meirelles na co-direção de “Domésticas” (2001), seu primeiro longa? Era Nando Olival, que iniciou semana passadas as filmages de seu primeiro longa solo: “Ela, Ele, Eu”. No enredo, a estória de três jovens, Camila, Cazé e Rafael, que vieram de pontos diferentes do país para cursar a faculdade de Comunicações, em São Paulo. Já na festa de calouros, uma estranha atração os une e nesta mesma noite decidem alugar um apartamento juntos. Já na festa de calouros, uma estranha atração os une e nesta mesma noite decidem alugar um apartamento juntos. No primeiro mês Camila e Cazé passam a namorar, para tristeza de Rafael que nutre por ela uma secreta paixão. Camila alimenta seu desejo, dizendo que o homem ideal seria uma mistura dos dois: a impetuosidade de Cazé com a sensibilidade de Rafael.
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Premiação
O Festival do Rio 2009 encerrou na noite de quinta-feira dando o maior prêmio, o troféu Redentor de melhor filme, para o longa de estreia de Esmir Filho, “Os Famosos e Os Duendes da Morte”. O melhor documentário (também para o público) foi o elogiado “Dzi Croquettes”, de Tatiana Issa e Raphael Alvazez, junto com “Reidy, A Construção da Utopia”, de Ana Maria Magalhães. Para o público, o melhor longa de ficção foi “Sonhos Roubados”, de Sandra Werneck. O melhor curta do júri oficial foi “Sildenafil”, de Clovis Mello. O pernambucano “Viajo porque Preciso, Volto porque te Amo” (foto), ganhou dois prêmios. Direção para Karin Aïnouz e Marcelo Gomes, e fotografia para Heloísa Passos.
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Festival de Vídeo
Videastas tem apenas quatro dias (de amanhã a sexta-feira) para inscrever seu trabalho no 11º Festival de Vídeo de Pernambuco. Este ano, além das competitivas de ficção, documentário, videoclipe, video-experimental e animação, acontece também uma mostra competitiva universitária, dirigida a alunos e ex-alunos – já que podem também ser inscritos os videos de conclusão de curso dos ex-alunos. A nova categoria premiará o melhor documentário, a melhor ficção e a melhor animação vindas da produção acadêmica. O Festival acontece mais cedo este ano. Entre 30 de novembro e 5 de dezembro. Regulamento do Festival e ficha de inscrição no site: www.fundarpe.pe.gov.br

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