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Simião lança sua Valise

Data histórica para o cinema. E não é apenas porque hoje “Guerra nas Estrelas”, de George Lucas, completa 30 anos de estréia, tendo virado um marco ao dar partida na estratégia de lançamentos utilizada até hoje pela indústria hollywoodiana. 25 de maio também é importante porque Simião Martiniano, o Câmelo de Cinema, 70 anos, lança hoje seu nono filme, “A Valise foi Trocada”, às […]

Por Luiz Joaquim | 25.05.2007 (sexta-feira)

Data histórica para o cinema. E não é apenas porque hoje “Guerra nas Estrelas”, de George Lucas, completa 30 anos de estréia, tendo virado um marco ao dar partida na estratégia de lançamentos utilizada até hoje pela indústria hollywoodiana. 25 de maio também é importante porque Simião Martiniano, o Câmelo de Cinema, 70 anos, lança hoje seu nono filme, “A Valise foi Trocada”, às 19h no Teatro Arraial (Recife).

Em janeiro de 2006, acompanhamos a retomada da gravação desse projeto que Simião vinha tocando desde 2003, tendo encerrado em novembro último quando rodou algumas tomadas na loja Casas José Araújo, da rua Duque de Caxias, centro do Recife. O que torna esse sétimo longa-metragem de Simião especial é exatamente o extenso período de sua gestação.

Ao longo dos últimos quatro anos, nos finais de semana, Simião foi captando imagens em diferentes suportes eletrônicos como Super-VHS, MiniDV e, na fase final, com a intermediação do músico Marcílio Lisboa (1958-2006) e os equipamentos da produtora Áudio e Vídeo Produções, usando uma câmera digital da Sony (DSR250).

Por esse aspecto, “A Valise foi Trocada” está sendo considerado a superprodução de camelô cineasta. No final das gravações, Simião teve, pela primeira vez, a tranqüilidade de ter ao seu alcance instrumentos como grua, boom, e video-assistent.

Mesmo bem municiado, Simião preferiu aproveitar as antigas imagens a ter de regravar tudo. “Mas antes, passamos tudo para o formato digital”, adianta o diretor, animado com o evento que vai apresentar as desventuras de Jonas (José Manuel), braço direito do Dr. Afonso (Antônio Ventura), dono de um fábrica que lhe confia uma valise com R$ 2,5 milhões para depositar num banco.

Acontece que antes, numa parada na farmácia, Jonas troca por engano a valise por outra igual, mas cheia de ferramentas do encanador protestante Santos (Borba Gato). Toda a aventura que se segue, com direito a fugas da prisão, brigas com a polícia e mergulhos no rio Capibaribe, corre em função de Jonas tentando provar sua inocência e no dilema de Santos em devolver a valise cheia de dinheiro.

O elenco de Simião é o mesmo com quem trabalha há quase duas décadas. Isso inclui a tradicional participação do diretor como figurante. Aqui ele vive o Delegado Pimenta, que ordena a torturar de Jonas para obter respostas. “Desta vez meu personagem não morre, como acontece em todos meus filmes”. O protagonista José Manuel ressalta a participação de Marcílio Lisboa como o advogado de defesa de Jonas numa seqüência no Fórum de Justiça. “Ele impressionou a todos”, diz, e aproveita para lembrar os parceiros de “A Valise foi Trocada”: Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o Governo do Estado e a Policia Militar do Estado.

No final da entrevista, Manuel anuncia que prepara uma homenagem ao seu mestre, com o curta-metragem que está desenvolvendo. Será “A Maldição de Simião”, um terror no qual Simião vive ele mesmo assombrado por uma mulher misteriosa. O camelô, incansável, também prepara o curta “Serra das Três Moças Encantadas”, no qual pretende contar a história do serrado no município de Campestre (AL), onde Simião foi criado.

Serviço:
Lançamento de “A Valise Foi Trocada”, de Simião Martiniano.
Hoje (25-maio-2007), às 19h, no Teatro Arraial, Rua da Aurora, 457. Boa Vista (Recife).
Entrada franca.

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