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Festivais

15º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (abertura

Evento celebra centenário do cinema local

Por Luiz Joaquim | 23.05.2008 (sexta-feira)

CUIABÁ (MT) – A abertura do 15º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (ontem, 22), realizou uma reflexão sobre a história do cinema em Mato Grosso. Aproveitando o tema dos cem anos de cinema no Estado, foi agendada uma sessão especial do filme “Rituais e Festas Bororo” (1916), na foto acima, de Luiz Tomaz Reis, cinegrafista da Comissão Rondon, que desbravou o Norte do País nas primeiras duas décadas do século XX. O filme, exibido em uma cópia com excelente estado de conservação restaurada pela Cinemateca Brasileira, é um documento impressionante dos costumes da tribo Bororo.

A película, que hoje faz parte do acervo do Museu do índio, no Rio de Janeiro, foi concebida com fins didáticos e marca a etapa inicial de uma longa relação de fascínio com a imagem em movimento dos povos indígenas. Embora tenha fins estritamente de registro, o documentário não sufoca a força das imagens e mostra a engenhosidade dos indígenas na caça, na pesca e em seus rituais, quando imitam animais para simbolizar fases da vida e elaborar a morte de membros da tribo.

Além da experiência diferente de se ver um filme mudo em plena sala de cinema multiplex, aparelhada para receber efeitos sonoros de última geração, a exibição também surtiu um efeito inesperado no público. Como os filmes eram registrados na época a 16 quadros por segundo, e não com 24 quadros, com acontece hoje, a impressão é de ver a ação um pouco acelerada, o que torna a película ainda mais curiosa ao mostrar as danças tradicionais da tribo Bororo.

LONGA-METRAGEM – O segundo filme da noite foi “Onde Andará Dulce Veiga”, de Guilherme de Almeida Prado. A adaptação do livro de Caio Fernando Abreu traz um universo de alucinação para mostrar o desaparecimento repentino da cantora de sucesso Dulce Veiga. As conseqüências desse sumiço são investigadas por um antigo fã que se torna jornalista e se descobre envolvido diretamente nessa história. A programação de hoje inclui o longa-metragem pernambucano “Deserto Feliz”, de Paulo Caldas.

* A jornalista viajou a convite do Festival

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