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Críticas

Speed Racer

Um borrão de cor atrás do outro

Por Luiz Joaquim | 09.05.2008 (sexta-feira)

Qualquer pessoa que tenha caminhado diante de uma loja de eletroméstico já teve sua atenção chamada por aquelas imensas TVs de cristal líquido, com imagens ultra-coloridas, demonstrando todo o potencial de brilho e contraste dos aparelhos. Assistir a “Speed Racer” (EUA, 2008), em cartaz no planeta Terra, é como estar preso por 130 minutos numa destas demonstrações, diante de um borrão de cor disforme acompanhado por um som potente com ronco de motor.

No Brasil, quem já passou dos 35 anos, lembra com carinho da animação japonesa criada por Tasuo Yoshida nos anos 1960 (e largamente exibida nas TVs daqui nos anos 1970). Havia, na inocência do desenho, uma combinação sadia com o valor gregário pela instituição da família com o respeito e reverência por corrida automobilística.

Daí saíram símbolos e personagens marcantes como o capacete e o carro Match 5, de Speed (Emilie Hirsch), como também seu pai Pops (John Goodman), o irmãozinho careteiro Gorducho (Paulie Litt), o macaco Zequinha, e o misterioso Corredor X (Matthew Fox, de “Lost”). Eram ingredientes que funcionavam como mel na cabeça da molecada.

Entre esses moleques deveriam estar os hoje quarentões irmãos Wachowski (Andy e Larry, diretores de “Matrix”), que assumiram a direção aqui da versão cinemtográfica de “Speed Racer”. ‘Cinematográfica’ é modo de dizer, uma vez que o temos é uma imersão completa em efeito CGI não apenas para os malabarismos que Speed faz com Match 5, mas para quase toda a paisagem que emoldura as corridas do nosso herói.

De interessante, como narrativa cinematográfica, apenas a apresentação inicial unindo a ação do passado infantil de Speed – quando perdeu o irmão Rex (Scott Potter) num acidente durante uma competição violenta – e o seu presente 16 anos depois, disputando uma corrida futurista, com carros quase voando.
O cenário, futurista, ser resume a borrões de cores e nesse mundo, se Speed quiser continuar correndo, deve desmascarar as corporações corruptas que desmoralizam a filosofia de uma competição. Para isso, só com a ajuda do Corredor X.

Os Wachowski respeitaram o núcleo familiar de Speed, inventando apenas ao colocar a namorada Trixie (Christina Ricci) também numa corrida. A idéia por tras deste “Speed Racer” com cara de videogame, está exatamente em atualizá-lo para um nova geração. Ok, então, mas a geração anterior lamenta.

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