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Críticas

Feliz Natal e Baby Love

Duas estreias no Cine Rosa e Silva (Recife)

Por Luiz Joaquim | 06.02.2009 (sexta-feira)

Curiosa coincidência essa programação dupla do Cine Rosa e Silva que inicia o fim de semana com duas estréias: “Feliz Natal” (Brasil, 2008), de Selton Mello, e “Baby Love”, (Comme Les Autres, Fra., 2008), de Vincent Garenq. Ambos falam dos caminhos que a vida toma a partir de decisões ou acidentes no meio do percurso.

Vencedor de prêmios no 1° Festival de Paulínia (SP) para direção, melhor atriz, Darlene Glória e coadjuvante para Graziella Moretto, “Feliz Natal” apresenta Darlene como o monstro da interpretação que é em cena, protagonizando os melhores momentos do filme com Lúcio Mauro, que está não menos intenso. O bom resultado dos atores, só reforça a idéia que Selton tem dedos afiados para conduzir a emoção humana também como batuta e não apenas como instrumento.

No enredo temos Leonardo Medeiros (Caio) fazendo um fracassado que administra um ferro velho e vai passar o natal com a família que o rejeita. Darlene é a mãe bêbada, Mauro o pai separado que namora uma jovem, Paulo Guarniere o irmão dono da casa e Moretto sua esposa. Há ainda a participação de crianças, filha do casal, além dos amigos de farra de Caio.

Vendo o filme, enxerga-se um mosaico de sentimentos, distribuídos em diversos personagens, dando quase para ver vários ‘Seltons’ em algumas figuras da trama. Desde o menino, que irradia molecada e fica sério diante das brigas da família, até o mais óbvio, seu alter-ego no filme, na pele do amigo beberrão de Caio.

BABY LOVE
Já “Baby Love” nos dá o francês Lambert Wilson, em afiada atuação, como Manu, um pediatra gay, casado com o advogado Phillippe (Pascal Elbé). Manu decide ser pai, para a infelicidade de seu companheiro. Phillippe, que não se interessa pela nova nova responsabilidade , sai de cena para dar lugar a Fina (Pilar Lopez de Alayala), uma colombiana irregular na França que aceita casar e ‘alugar’ a barriga para conseguir o visto.

Esssa ‘relação perigosa’ entre Manu e Fina é que vai dar o tom maduro para “Baby Love”. Fina, a mais frágil da história, vai perceber que não se pode brincar, ou mesmo trabalhar apenas ‘tecnicamente’, com os sentimentos uma vez que o próprio corpo e seu futuro é envolvido nisso.

A dose de drama aqui é muito bem equilibrada com as situações inusitadas, particularmente quando Manu tenta encontrar a mãe para procriar seu filho. Agregue-se aqui a ótima interpretação do elenco, ressaltando Lambert.

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