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Câmera clara 138

Por Luiz Joaquim | 23.03.2009 (segunda-feira)

Há décadas que o cinema vem sendo utilizado como uma ferramenta de suporte para projetos que não tem o cinema como fim, mas como meio para um algo supostamente mais interessante. É simples. Quando alguém quer promover uma cultura, a eslovaca, por exemplo, busca-se filmes eslovacos para sugerir um debate a respeito daquele povo. Quando um escritor famoso completa 100 de falecimento, monta-se uma mostra com os filmes adaptados a partir de seus livros. Quando inaugura-se um nova padaria, cria-se um evento com filmes que falem sobre pão…. e haja repertório para sustentar tanta invenção em função de um happening que se comportam, usualmente, como ilustrativo, e só. São muito poucas as situações em que o cinema é celebrado em si e para si mesmo. Só sérios festivais de cinema dedicam-se ao exercício de refletir sobre o cinema, com a ressalva que nos dias de hoje está cada vez mais complicado sustentar discussões com profundidade intelectual a respeito da tal arte (arte? quem lembra do cinema assim?). Isso até em festivais sérios porque a interferência da mídia é tão sufocante, mesmo (principalmente?) nestes eventos sérios, que eles acabam por ceder para os flashes dos paparazzos em detrimento da luz do projetor. Nesse cenário um pouco desiludido, salvam-se alguns cineclubes, feitos pela juventude, cheia de frescor por conhecimento. Um fome que acaba virando alimento para boas discussões.

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COLISEU
O Cineclube Coliseu do Sesc Casa Amarela retoma as atividades com a exibição, no próximo sábado, das mostras “Ser Nordestino”, “Acabou a Gasolina”, “Cidades” e “Internacional: 60 Minutos do Mundo”, que é um apanhado dos melhores trabalhos em torno desses temas realizados, no tempo-limite de 60 segundos, para o Festival do Minuto entre os anos de 2007 e 2009. O início é às 14h, e acontece na Av. Professor José dos Anjos, 1109, Casa Amarela (a entrada é pela Av. Norte). Outras infos em (www.festivaldominuto.com.br).

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Oscar brasileiro
Dia 14 de abril acontece o “Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro”, espécie de “Oscar Brasileiro”, concedido pela Academia Brasileira de Cinema, composta por cineastas, técnicos, pesquisadores, atores, críticos e outros da área. Este ano o festival conta novamente com a categoria de melhor filme feito com celular. O voto do júri popular também estará aberto, e as pessoas poderão votar pela internet. Detalhes podem ser encontrados no site da Academia (www.academiabrasileiradecinema.com.br).

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Dissenso
Falando em bom nível de discussão sobre cinema vale falar do coletivo Dissenso (UFPE), que deu início a seu quarto ciclo de exibições no Miniauditório I do CAC. A proposta é convidar o público a experimentar filmes que não se encontrem em qualquer prateleira de locadora e que possam iluminar debates a respeito de uma arte. Como eles mesmos dizem: “uma arte que não cessa de lançar desafios Ó estética e Ó cultura contemporâneas”. Para participar do grupo é só participar das exibições, mostrar interesse e entrar em contato. As sessões semanais ocorrerão sempre Ós sextas-feiras, 17h. O Miniauditório I fica no térreo do Centro de Artes de Comunicação (CAC), no corredor após a lanchonete.

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Spencer
Ótima notícia. O novo filme de Fernando Spencer, “Nossos Ursos Camaradas”, produzido pela “Página 21”, tem um lugar garantido no 13° Cine-PE. Exibe como hors Concours na terça-feira, dia 28 de abril. Fernando e os pernambucanos merecem essa exibição.

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