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Festivais

13° Cine-PE (2009) noite 4 (2)

Doc sobre Vanzolini não entusiasma

Por Luiz Joaquim | 01.05.2009 (sexta-feira)

Quando um festival de cinema oferece dezenas, ou centenas, de longas-metragens em mostra competitiva (ou não), não é uma surpresa, do ponto de vista negativo, encontrar uma obra limitada no que se refere à linguagem cinematográfica. Esse não é o caso do Cine-PE: Festival do Audiovisual, que seleciona apenas cinco filmes para compor seu principal bloco competitivo. Por esse raciocínio, é difícil aceitar na seleção desta 13ª edição a participação deste trabalho tão tradicional (nada contra o tradicionalismo) e pouco audacioso como o paulista “Um Homem de Moral”, de Ricardo Dias, exibido na noite de quarta-feira no Cineteatro Guararapes.

Há um cuidado técnico no filme de Dias, e também temos neste documentário um personagem cativante, no caso, o cinebiografado, compositor Paulo Vanzolini. Mas estes elementos parecem não são suficientes para conquistar a platéia. É sim, no máximo, curioso receber a informação sobre este artista pouco celebrado pela mídia tradicional.

Infelizmente, o que empurra “Um Homem de Moral” para baixo é sua formatação televisiva, que alterna os depoimentos inspirados e os causos humorados do ótimo Vanzolini, com imagens da gravação do disco tributo à obra desse autor. Dessa forma, vemos gente como Chico Buarque e Martinho da Vila (para falar dos famosos), entre outros, dentro do estúdio cantando suas canções, num formato audiovisual que não difere em nada de um programa televisivo.

PERNAMBUCO
O longa pernambucano, exibido logo após “Um Homem de Moral”, foi “Pelo Vida, Pelo Tempo”, de Wilson Freire, e conta o trajeto de Severina (Fernanda Soveral), uma sertaneja, que volta de São Paulo ao interior de Pernambuco com o pai e o irmão caçula. O trabalho sofre de uma redundância sonora, não deixando nenhum frame sem acompanhamento musical ou sonoro, como se precisasse preencher o drama da protagonista – que, na seqüência, foge do Sertão por ser abusada pelo pai, vai parar nas palafitas da Ilha de Deus, e torna-se prostituta na praia de Boa Viagem. Os atores se esforçam, mas os diálogos não-naturalista não ajudam, resultando que os coadjuvantes, não atores, se beneficiam pela forte presença na tela.

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