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Reportagens

Um novo São Luiz ?

Fundarpe reabre São Luiz (Recife) dia 9 de dez.

Por Luiz Joaquim | 20.11.2009 (sexta-feira)

Em menos de 20 dias, o Cine São Luiz, templo cinematográfico absoluto do Recife, estará aberto para abrigar a 2á Conferência Estadual de Cultura. O encontro acontece 9 de dezembro e foi anunciada ontem em entrevista coletiva promovida pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), que está gerenciando a restauração e gestão do espaço desde julho de 2008. Estavam presentes sua presidente, Luciana Azevedo, seu Diretor de Difusão Cultural, Adelmo Aragão, ao lado do curador do espaço, Lula Cardoso Ayres Filho, e do engenheiro civil responsável pelas obras de recuperação do cinema, Maurício Albert.

“É uma abertura emblemática pela qual teremos reunidos aqui os envolvidos com a cultura para discutir a institucionalização de uma lei de política pública, para que estas ações não sofram uma descontinuidade em função de outras gestões que tenham focos diferentes”, ressaltou Azevedo.

Apesar da cerimônia contar com a projeção do filme “O Baile Perfumado”, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas – exibido naquele mesmo cinema em 1997, no antigo Festival de Cinema Nacional do Recife (hoje Cine-PE) – o São Luiz não vai dar início nesta data sua função primordial, que é a de oferecer filmes à população recifense. “Isso só deve acontecer” – arriscou Lula Cardoso, “cerca de duas semanas
depois, quando já teremos as novas caixas acústicas instaladas e uma projeção melhor, com uma lâmpada de três mil watts”.

Lula Cardoso preferiu não adiantar detalhes de sua estratégia de programação, mas salientou que o cinema irá oferecer o que há de melhor em termos de obras com identificação para o público. Sobre a programação, Luciana reforçou: “A convocatória promovida pela Fundarpe é uma forma de prestigiar a produção local e vai ser importante para mostra que o cinema será um canal aberto entre produtores e a população”. A “convocatória” mencionada diz respeito a convocação que a instituição fez aos produtores locais para inscreveram, até hoje, curtas e longas-metragens (ambos em 35mm) para compor a grade de programação da sala em 2009/2010. Eles serão exibidos em três sessões, pelas quais receberam pagamento. Os curtas-metragens recebem R$ 150, os longas, R$ 350.

Mesmo sem anunciar oficialmente, certamente será integrada nessa programação sessões para crianças de escola pública com intenções educativas, uma vez que Luciana destacou que o São Luiz faz parte de uma rede de política pública que pode envolver, inclusive, o encerramento de um curso de cinema de animação até o final do ano.

Na entrevista de ontem, era fácil de verificar que o estágio da obra está em ritmo acelerado, com 50 homens em atividade constante. Já foi iniciada a colocação das cadeiras, que somarão 992 lugares, incluindo aí as do mezanino. Os novos assentos não trazem a estética moderna dos multiplex, obedecem ao padrão das poltronas que inauguraram o São Luiz em 1952. O diferencial é que, adequando-se às demandas politicamente corretas dos dias de hoje, haverão também assentos para pessoas obesas e espaço para cadeirantes.

Com a nova configuração, serão cerca de 100 cadeiras a menos que a distribuição anterior. Somem assim cerca de cinco filas, as primeiras, anteriormente, mais perto da tela. A área que se ganha nessa supressão servirá para abrigar apresentações, uma vez que o palco não seria adequado para uma produção de maior porte.

O ar-condicionado, também original da inauguração, já está pronto para funcionar. Maurício Albert destacou que seus motores foram retificados e todos os dutos foram limpos. “É uma máquina potente que de fato esfria todo o ambiente”, garantiu.

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