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Entrevistas

Entrevista: TERRA e CALIL – Um Noite em 67

“A intenção era recriar a atmosfera do festival numa sala de cinema”

Por Luiz Joaquim | 30.07.2010 (sexta-feira)

Foi há dois meses, num centenário hotel em Ouro Preto (MG), durante a 5ª Mostra de Cinema da historica cidade mineira, que o jornalista Renato Terra e o crítico de cinema Ricardo Calil concederam esta entrevista. Na verdade uma conversa informal sobre o que resultou o primeiro longa-metragem da dupla, Uma noite em 67, em cartaz desde sexta-feira em todo o país; no Recife, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.

A origem do filme está no trabalho de conclusão de curso em comunicação de Renato, em 2003, uma monografia sobre a “Era dos Festivais”, mas só em em 2005, quando conheceu Calil, foi que a ideia de transformar aquilo num filme começou a ganhar corpo. “Fomos apresentar o projeto para o João Moreira Salles e ele veio com essa de que nós é que tínhamos de dirigir”, lembra Renato.

Um consenso entre todos era que o recorte do documentário era a sua principal virtude. “O festival de 1967 é considerado um marco não só pelos nomes dos artistas envolvidos e das músicas lançadas ali, mas também pelo teor de inovação, quando foram usadas guitarras no palco”, explica Calil. E continua: “Foi um festival emblemático nos arranjos. Era um som de raiz misturado com um som mundial”.

Mesmo tendo realizado mais de 30 entrevistas e uma extensa pesquisa que os deixou à vontade no momentos das conversas com os personagens, os diretores explicam que só aproveitaram a fala de quem esteve de fato na noite do evento. “A intenção era recriar a hoje experiência daquela noite numa sala de cinema”, diz Calil.

Para isso era importante que músicas e sequências inteiras, sem cortes, precisassem ser mantidas, como a de Sérgio Ricardo vaiado. “Fazendo uma comparação não tão eficiente, podemos dizer que pensamos a estrutura do filme próxima a de Ônibus 174, pois tínhamos uma experiência de TV já bem conhecida pelo público, mas que agora vamos reapresentando a eles através de novas camadas de informação, redescobrindo coisas. É uma estrutura simples. A sofisticação está na montagem de Jordana Berg”, comenta o editor da revista Trip e crítico da Folha de S. Paulo, Calil. “E nossos entrevistados também eram sofisticados”, complementa Renato.

Recebendo muitos elogios da imprensa especializada, Uma noite em 67 – um projeto de sete anos – passa agora pelo seu maior crive: o público. E é deles a resposta mais ansiada por Calil e Renato Terra.

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