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Reportagens

Morre Germano Coelho Filho

Bactéria teria desencadeado problemas de saúde

Por Luiz Joaquim | 17.10.2010 (domingo)

Faleceu às 13h40 de hoje, no Hospital Santa Joana, o cineasta pernambucano Germano Coelho Filho, 52 anos, produtor, entre outros, dos longas-metragens “O Baile Perfumado” (1997) e “Deserto Feliz” (2007). Vítima de, conforme o boletim médico, falência multipla dos órgãos, Germaninho – como era conhecido no meio cinematográfico – sentiu-se mal na noite da última sexta-feira, quando foi levado ao hospital, sendo já internado na unidade de tratamento intensivo.

Em observação sob suspeita de uma bactéria infectada enquanto manuseava livros velhos, o produtor começou a sentir muita falta de ar. “Quando chegou ao hospital ele foi logo entubado. Do pulmão, o problema se alastrou para o coração e depois para o rim. Foi quando o quadro agravou, pois ele não podia fazer hemodiálise. Daí adiante tudo foi muito rápido, vindo a falecer no início da tarde de hoje”, relatou, abatida, Fernanda Coelho, sobrinha do realizador, enquanto velava o corpo na noite de ontem no cemitério Parque das Flores, local onde acontece, às 10h de amanhã (segunda-feira, 18), o enterro.

Uma das amigas do produtor presente ao velório era a diretora de cultura da Fundação Joaquim Nabuco, Isabela Cribari. “Conheci Germano antes dele produzir ‘O Baile…”. Era um profissional bastante generoso e fazia cinema com paixão. Fiquei encantada quando o via lutando pelo filme. Hoje não se vê isso com facilidade. Nos tornamos amigos e nos ajudávamos mutuamente. Tenho certeza que ele gostaria de concluir ‘História de Um Valente'”, comentou Cribari, lembrando do último trabalho em que Germaninho estava envolvido – a produção de um longa-metragem sobre o lider comunista Gregário Bezerra (1900-1983), sob direção de Cláudio Barroso, e co-escrito com Paulo Caldas.

Para Caldas, ainda abalado e falando por telefone de São Paulo, o Estado perde um de seus grandes produtores. “Temos poucas pessoas tão inteligentes e capazes se dedicando à produção. E poucos, no Brasil, tinham a coragem e a capacidade de ser um bom produtor profissional. Perdemos uma pessoal fundamental, que teve uma participação ativa politicamente no Estado”, comentou.
A presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas (PE) / Associação Pernambucana de Cineastas

ABD-PE/APECI, Cynthia Falcão, reforça a opinião de Caldas lembrando que a participação de Germaninho foi essencial nas mediações da categoria com o governo do Estado durante as discussões sobre o atual edital do audiovisual. “E sua experiência sempre era muito proveitosa quando atuava como conselheiro da ABD-PE”, concluiu Falcão.

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