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Críticas

Potiche: Esposa Troféu

Nunca mais mulher troféu

Por Luiz Joaquim | 08.07.2011 (sexta-feira)

“Potiche: Mulher Troféu” (Potiche, Fra., 2011) sucesso de François Ozon, recentemente exibido no Festival Varilux de Cinema Francês e agora em cartaz no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, é a união de duas forças cinematográficas daquele País, tão feliz nessa arte. Uma força clássica e experiente (Catherine Deneuve, 67 anos), e outra jovem e inventiva (o diretor François Ozon, 43). Na verdade, a diva já esteve com Ozon em “8 Mulheres” (2002), mas ali dividia a tela com outras damas como Isabelle Huppert e Fanny Ardant. Agora, Deneuve é a luz que ilumina, em absoluto, “Potiche”.

Situado em 1977, numa pequena cidade interiorana da França, Deneuve é Suzanne, casada há mais de 30 anos com o mulherengo Pujol (Fabrice Luchini), presidente de uma fábrica que guarda-chuvas fundada pelo falecido pai de Suzanne. Puloj a dirige desrespeitando os direitos dos empregados.

Depois de uma greve que o leva a um quase enfarto, ele se afasta por três meses, delegando o comando à esposa, que antes só cuidava da casa e dos filhos (Jérémie Renier e Judith Godrèche) e fazia vista grossa para os casos do marido, inclusive com a secretária Nadège (Karin Viard). Uma vez no comando, Suzanne mostra-se uma lider nata. Ela ouve e atende os funcionários dentro das possibilidades da empresa, é amigável e ainda consegue levar os dois filhos, que antes repudiavam o trabalho, para ajudá-la na fábrica. Além de se aproximar de um inimigo político (Gérard Depardieu).

Com essa história aparentemente simples, Ozon fez um delicioso filme sobre, mais uma vez, a força da mulher; e dentro de um contexto histórico, nos final dos anos 1970, quando a emancipação delas ainda estava em questão – mesmo na França. Deneuve está simplesmente perfeita na pele dessa mulher delicada e forte, elegante e firme, para quem os problemas devem ser enfrentados assumindo todos os sacrifícios que lhe são oferecidos e, ainda ao final, cantar que “a vida é boa”. É um recado dado por alguém que, sendo mulher e mãe, apenas poucos homens alcançam.

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