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Festivais

4o Janela de Cinema (2011) – dia 5

Janela de Cinema discute o Recife

Por Luiz Joaquim | 08.11.2011 (terça-feira)

Assim como em outros anos, o Janela Internacional de Cinema do Recife programa filmes que, de formas diferentes, procuram discutir sobre a Cidade, sobre características de regiões urbanas de diferentes lugares. Como se trata de um evento localizado no Recife, é natural que a Capital pernambucana também esteja na pauta do festival, e nesta quarta edição, diferente de outros anos, o Janela traz um programa que propõe abertamente este debate.

Hoje, às 18h, no Cinema São Luiz, será exibido o programa “O Cinema e o Espaço Urbano do Recife”, com a projeção de cinco curtas-metragens pernambucanos: “Quarteto Simbólico”, de Josias Teófilo, “Eiffel”, de Luiz Joaquim, “Menino Aranha”, de Mariana Lacerda, “Praça Walt Disney”, de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro, e “[projetotorresgêmeas]”, assinado por um coletivo de 59 pessoas. Em seguida, há uma conversa com os realizadores e com convidados: Luiz Amorim, Milton Botler e Angela Prysthon.

São filmes conectados pelo interesse por refletir sobre o Recife, sobre a atual organização urbana da Cidade, e os problemas sociais, políticos e econômicos que surgem daí. “Existe um conflito atualmente que vem sendo tratado pelo cinema pernambucano”, comenta Kleber Mendonça Filho, diretor e curador do Janela. “É diferente de existir apenas em mesa de bar ou num jantar entre amigos. O cinema pernambucano vem documentando e registrando essa situação, de maneira organizada, mas não planejada. Agora no Janela estamos oficializando esse debate”, ressalta Kleber.

Enquanto “Eiffel” surge como uma pequena crônica político-cinematográfica sobre um ponto da Cidade, fazendo referência ao clássico francês “Os Incompreendidos” (1959), de François Truffaut, “Quarteto Simbólico” sugere o debate sobre a herança, sobre como as novas gerações interpretam e avaliam as construções passadas. Entre os filmes, o que possui imagens mais fortes parece ser “[projetotorresgêmeas]”, que surge como um poderoso manifesto que parte das Torres Gêmeas do Recife para debater as distinções sociais.

Sobre os filmes, Kleber ressalta a intensa relação espontânea que existe entre eles. “Esse recorte do Janela oficializa o que está acontecendo. Cada um dos filmes foi lançado num determinado momento, de maneira solitária, e cada um funciona sozinho, não precisa de um empurrãozinho para pegar. São belos filmes, e vendo em conjunto ficou claro que estava rolando uma onda. Só falta criar o nome para a imprensa cair em cima, e essa sessão de amanha (hoje, 08/11)vai oficializar essa onda. A missão de um festival é também concentrar e propagar essas ideias. Falar diretamente sobre algo que não é vago e abstrato, é sobre aquilo que sentimos quando colocamos o pé para fora do São Luiz ou da Fundação Joaquim Nabuco”, ressalta o curador.

COMUNICADO

Ontem a organização do festival mandou um comunicado oficial para a imprensa comentando os eventuais problemas enfrentados durante o primeiro fim de semana. Entre os pontos abordados, foi explicado que o ar-condicionado do cinema está funcionando em seu limite, mas essa performance é insuficiente para o São Luiz lotado. No texto, também é ressaltado que o som ruim na projeção de “Febre do Rato” se deu por causa de dificuldades técnicas entre o processador de som do São Luiz e o sistema digital trazido pelo Janela.

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