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Festivais

16° Cine-PE (2012) – noite 2

Paraísos bem artificiais

Por Luiz Joaquim | 30.04.2012 (segunda-feira)

Depois da tensão com o som defeituoso na projeção em digital e inaugural, quinta-feira, do 16o Cine-PE para o filme “À Beira do Caminho”, a noite de sexta-feira abriu bem os ouvidos dos espectadores para o longa-metragem “Paraísos Artificias”, de Marcos Prado, projetado em 35mm.

Com a história correndo em três tempos paralelos – o presente, quatro anos antes, e dois anos antes – vamos conhecendo os encontros e desencontros entre a DJ Érica (Nathalia Dill) e Nando (Bernardo Melo Barreto). O primeiro destes encontro acontece numa rave – festa de musica eletrônica ao ar livre – que teve locação na Praia do Paiva, em Pernambuco. O segundo numa boate em Amsterdã, e a última no Rio de Janeiro, ambas numa boate onde Érica comandava a festa.

Na apresentação do filme no Cine-PE, Prado comentou que fez o filme pensando no seu filho, à época aos 15 anos e hoje com 19, e nas experiências que ele iria viver. “Paraísos…” é um obra de R$ 9 milhões, os quais transparecem em sua produção requintada, com belas locações e fotografia refinada. Mas é também um filme simplório naquilo em que pretende contar. Como disse o prof. Alexandre Figueirôa, o filme “é um melodrama atualizado”.

Mesmo com um forte apelo ao público juvenil – são várias as cenas de sexo (ora homossexual feminina, ora hetero, ou com três pessoas) regadas à droga e à batida Techno, o filme parece não acontecer. Soa reiterativo e só parece querer dizer a que veio já nos minutos finais.

E, a respeito da representação da ambientação das raves, o que se vê está mais para o que seria uma rave “para um filme” do que a atmosfera real de uma festa assim. O filme português “Body Rice” (2006), de Hugo Vieira da Silva, talvez o melhor que resultou desta tradução para a tela. “Paraísos Artificiais” estreia nesta sexta-feira em 450 salas do País.

CURTAS
Os três curtas competitivos da noite de sexta-feira não tiverem uniformidade estética nem temática. O que parece ter alcançado o maior grau de empatia foi mesmo o primeiro, “Zuleno”, do pernambucano Felipe Peres Calheiros.

Calheiros conseguiu registrar em 20 minutos, não apenas informações que servem para introduzir o espectador à obra do artista plástico cinebiografado, como consegue expor a perspectiva do pintor sobre a arte e sobre sua própria vida. E, o melhor, a doçura do homem Zuleno também está impressa no filme, como mesmo ritmo calmo que o marcava. O programa ainda exibiu “Isto Não é o Fim”, de João Gabriel, e “Quadros”, de Sara Bonfim.

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