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Festivais

16o. Cine-PE (2012) – noite 6

Terça-feira viu reexibição de BOCA

Por Luiz Joaquim | 03.05.2012 (quinta-feira)

Reagendado para exibir às 17h da terça-feira, o longa-metragem em competição no 16º Cine-PE: Festival do Audiovisual, “Boca”, de Flávio Frederico, finalmente foi projetado na sequência correta no Centro de Convenções após troca de rolos na data original da exibição, no domingo. Frederico levou às telas uma história rica em detalhes que poucos conheciam. O roteiro foi adaptado do livro escrito pelo bandido Hiroito Joanildes (1936-1992) enquanto esteve preso nos anos 1970. Conta sua própria história, como o Rei da Boca do Lixo, região de prostituição da capital paulista nos anos 1950.

Interpretado por Daniel de Oliveira, conhecemos o personagem desde sua iniciação sexual no baixo meretrício até sua prisão nos anos dos 1970 em função de sua desestruturação na briga com outros bandidos. Na verdade, o pecado de “Boca” é sua estrutura que funciona como uma compilação de vários eventos na vida de Hiroito. Vários núcleos de situações são colocados ao espectador, mas a organicidade entre eles é frágil e até mesmo a atuação de Oliveira parece também um pouco acima do tom.

A última sessão competitiva de curtas-metragem exibiu na sequência, abrindo com a bela animação de Nara Normande, “Dia Estrelado”, com um cenário inspirado no quadro “A Noite Estrelada”, de Van Gogh.

Depois, o premiado “A Fábrica” (SP), de Aly Muritiba, brinca com os preconceitos do espectador ao apresentar uma mãe se arriscando para entrar com um celular numa prisão e ajudar o filho. Muito bem ambientando e encenado, e bons momentos de tensão, a grande surpresa se dá mesmo ao entendermos a razão de existir da audácia da ação. O último trabalho foi “Sonhando Passarinhos” (DF), ficção mesclada com animação de Bruna Carolli que investiga o universo infantil de uma garota que quer conseguir brincar com passarinhos.

A projeção destes dois últimos curtas, em digital, promoveu novos sustos na plateia do Cine-PE. Com a imagem congelando, as projeções, dos dois curtas, precisaram ser interrompidas e reiniciadas para seguir corretamente. O inconveniente fez o público, traumatizado pelos problemas técnicos anteriores, vaiar.

A noite encerrou, sem problemas, com a projeção dos dois últimos longas em competição: “Na Quadrada das Águas Perdidas”, ficção de Wagner Miranda e Marcos Carvalho, e o documentário “Estradeiros”, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira. Ambos de Pernambuco.

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