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Críticas

Wolverine Imortal

um troglodita existencial

Por Luiz Joaquim | 26.07.2013 (sexta-feira)

Não há dúvida de que grande parte do mérito nos filmes de super-heroi pode ser creditada ao carisma do ator que encarna o personagem – sendo a lógica pelo demérito também pertinente. Quem ainda hoje, por exemplo, não vincula a imagem de Christopher Reeves – criada há 35 anos – ao do melhor Super-homem no cinema? Pois é bem provável que daqui a 35 anos, em 2048, a imagem de Hugh Jackman ainda seja vinculada com este mesmo carinho para Wolverine, o mutante criado em 1963 por Len Wein.

Está hoje nos cinemas o 6º filme em que o ator australiano, desde 2000, aparece na pele do herói insolente e imprevisível, e por isso mesmo admirado. “Wolverine Imortal” (The Wolverine, EUA, 2013) é dirigido por James Mangold. A princípio lançado para funcionar como um degrau para chegar ao grande lançamento da Fox em 2014 – o filme “X-men: Dias de Um Futuro Esquecido”, em filmagens hoje pelas mãos de Bryan Singer – “Wolverine Imortal” oferece mais do que um elo. Oferece bom entretenimento.

Além da já citada correta combinação entre ator e personagem, somada ao talento de Jackman, o filme de Mangold traz coadjuvantes atraentes do ponto de vista dramático, psicológico. Vestindo estes personagens, estão atores, ou melhor, atrizes igualmente carismáticos.

É o caso da japonesa Rila Fukushima, em sua estreia no cinema. Com seu visual exótico, a atriz é dona de um rosto expressivo e preciso que deixa forte a sua presença na tela. Ela é Yukio, e veio buscar Logan (Jackman) para levá-lo ao seu avô adotivo, Yashida (Hal Yamanouchi). À beira da morte, Yashida quer despedir-se de Logan (Jackman), que o salvou ainda jovem da bomba atômica em Nagasaki na 2ª Guerra Mundial.

Yukio encontra Logan atormentado pela morte da amada Jean/Fênix (Fanke Janssen) – a quem apunhalou no filme “X-men: O Confronto Final” para salvar a humanidade. Ele vive praticamente como um ermitão. Longe de tudo e todos, desistiu de ser o herói Wolverine. Uma vez ao lado de Yashida, Logan recebe a proposta de tornar-se um mortal pela tecnologia que a mutante Víbora (Svetlana Khodchenkova) criou. E, envolvido com Mariko (Tao Okamoto) – neta de Yashida – Logan se vê obrigado a defendê-la tanto de seu pai quanto da Yakuza, máfia japonesa.

A dinâmica dada por Mangold ao filme é boa o suficiente para não deixá-lo esfriar em nenhum momento. Apesar de um ou outro furo no roteiro, a produção é sempre pontuada por boas cenas de ação – em particular a da luta em cima de um trem-bala. Do ponto de vista dramático, a dor de Logan, por ser um imortal e nunca poder descansar das dores morais e culpa que carrega consigo, soam convincentes, como se estivéssemos sofrendo inspirados por uma boa tragédia grega.

ps – Ao final de “Wolverine Imortal” permaneça sala. Após os créditos, uma sequência divertida com Magneto (Ian McKellen) e o Professor X (Patrick Stewart) é mostrada nos convidando para o filme de 2014.

X-Men: O Filme (2000)
Primeiro filme que dá vida aos mutantes da Marvel. Dirigido por Bryan Singer, um dos primeiros herois arregimentados pelo professor Xavier é Wolverine, dotado de força extraordinária e sem memória sobre seu passado.

X-Men 2 (2003)
Os mutantes ainda vivem em um mundo que os odeia, e eles passam a sofrer uma discriminação ainda maior quando uma nova criatura provoca um ataque ao Presidente dos Estados Unidos, quase matando-o.

X-Men: O Confronto Final (2006)
É descoberta uma cura para os mutantes, que agora podem optar por manter seus poderes ou se tornarem seres humanos normais. A descoberta põe em campos opostos Magneto e o professor Charles Xavier. No conflito, Wolverine se vê obrigado a matar sua amada Fênix.

X-Men Origens: Wolverine (2009)
Como o título explicita, o filme volta ao passado do Jimmy Logan (Jackman), quando ainda era uma criança e tem sua primeira reação nervosa, que estimula o eriçar de suas garras entre os dedos da mão. Aqui já se percebe a dimensão trágica de Logan ao matar o próprio pai por engano.

X-Men: Primeira Classe (2011)
Wolverine tem uma breve, mais marcante, aparição naquela que seria a primeira aula, nos anos 1960, do Professor Xavier aos alunos mutantes.

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