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Críticas

A Grande Jogada

Com mais uma biografia, Aaron Sorkin concorre, de novo, pelo Oscar de melhor roteiro

Por Renata Malta | 22.02.2018 (quinta-feira)

A tempo dos Jogos Olímpicos de inverno, estreia nesta quinta-feira (22), A Grande Jogada (Molly’s Game, EUA, 2017), de Aaron Sorkin (Oscar de melhor roteiro por A rede social), inspirado na autobiografia da ex-esquiadora americana Molly Bloom. A atleta, após perder a chance de se classificar para as Olimpíadas, abandonou o esporte e acabou se tornando a “Princesa do Pôquer”, envolvida em acusações de jogos ilegais e relação com a máfia russa.

Tomada pelo sentimento de fracasso iniciado nas relações domesticas, Bloom (Jessica Chastain), é obcecada pela vitória e teme o esquecimento. A trama acompanha o fracasso da carreira no esporte, o auge e a decadência como organizadora de jogos e apostas que reuniam milionários influentes e celebridades, e, também, o vicio em drogas.

A grande jogada salta em idas e vindas na vida de Bloom antes e depois da publicação de sua biografia. Os demasiados flashbacks e flashforwards dão conta de toda a narrativa, atribuindo uma excessiva empolgação ao drama. O ritmo rápido parece um padrão presente na maioria dos filmes nos últimos anos.

Há uma grande preocupação na comprovação do caráter de Bloom que nos intervalos de suas memórias esta sempre se recusando a revelar à polícia e à impressa os envolvidos no seu negócio, mesmo que esta pudesse representar sua oportunidade de alcançar suas ambições.

Molly nunca joga. Não com cartas. Seu carisma atrai todos os homens que a cercam, ao mesmo passo que atrai confrontos com figuras masculinas que põem em teste suas habilidades e confiança. Todos os embates retomam seu difícil relacionamento com o Pai (Kevin Costner) e as suas conversas com o advogado Charlie Jafrey (Idris Elba) que impulsionam toda a narrativa.

O longa-metragem é a estreia do roteirista Sorkin na direção. Já familiarizado às adaptações biográficas como Steve Jobs e O homem que mudou o jogo, Sorkin concorre, mais uma vez, ao Oscar pela categoria de Melhor Roteiro Adaptado com mais um protagonista excepcionalmente inteligente que conquistou fortuna de forma inusitada.

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