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Críticas

A Selva

Foi uma vacilada portuguesa, com certeza.

Por Luiz Joaquim | 26.07.2018 (quinta-feira)

publicado originalmente no jornal Folha de Pernambuco em 3 de junho de 2004.

Em 2003, o lançamento de Desmundo, de Alain Fresnot, trouxe à tona uma parceria salutar entre Portugal e Brasil para a construção de uma obra que dialogava com os dois países. Antes da Retomada, o cinema brasileiro também já havia promovido essa parceria com O Judeu (1995), de Jom Toy Azulay. Dirigidos por brasileiros, ambos os filmes conseguiram traduzir, com sutilezas e inspirada competência, épocas e culturas distantes. Não é o caso de A Selva (Portugual, 2005), filme do português Leonel Vieira, estreando hoje.

Passado em 1912, no meio da floresta amazônica, conhecemos Alberto (o limitado ator português Diogo Morgado). O jovem veio exilado da terrinha e termina por trabalhar no seringal do malvado Juca (Cláudio Marzo, caricato), que cuida dos empregados sempre atacados mortalmente por índios. Entre esses coitados estão Chico Diaz e José Dumont (únicos a dar dignidade interpretativa no filme). O par romântico do galã Morgado é feito com Maitê Proença (como a esposa traidora de Gracindo Júnior). Com uma trilha sonora de dar arrepios (no mal sentido) e sem possuir nenhum norte dramatúrgico, A Selva deverá ser lembrado no futuro apenas pela bizarra cena de zoofilia, na qual o personagem de Dumont (corajoso) demonstra todo seu carinho por uma eguinha.

Também nos cinemas Casa de Cera (House of Wax, Austrália, 2005), de Jaume Serra. Neste terror, um museu de cera é completamente destruído após um incêndio, até que um professor decide reconstruí-lo, mas com a ideia de usar corpos humanos cobertos de cera como modelos.

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