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Críticas

O Homem Sem Sombra

Toda a dramaticidade de um efeito especial.

Por Luiz Joaquim | 04.10.2018 (quinta-feira)

– publicado originalmente no Jornal do Commercio em 29 de Setembro de 2000.

O homem sem sombra (Hollow Man, EUA, 2000), filme é dirigido por Paul Verhoeven, holandês que criou uma das maiores alegrias da sessão da tarde – Robocop (1987) – e catapultou a carreira de Sharon Stone à estratosfera em Instinto selvagem (1992).

A novidade em O homem sem sombra não está na ideia. A história fala de Sebastian (Kevin Bacon). Ele é o chefe de uma pesquisa ultra-secreta do governo norte-americano, que desenvolve um soro capaz de o levar a invisibilidade total. Sua transformação resulta num poder que acaba asfixiando a ética moral do cientista. A fábula já permeou boa parte da centenária vida do cinema. A primeira obra abordando a perigosa fantasia de ver sem
ser visto foi o clássico de James Whale (diretor biografado no filme Deuses e monstros), O filme chamava O homem invisível (1933), e era protagonizado pelo ator Claude Rains. Depois vieram sequências menores, explorando descaradamente o mesmo filão: A volta do homem invisível, de 1940; e A vingança do homem invisível, de 1944; ambos dirigidos por cineastas menos espirituosos.

O que importa aqui em O homem sem sombra é mesmo os novos efeitos especiais da Sony Pictures Imageworks (SPI). Mais uma vez o computador se sobrepõem à carga dramática da trama ou à interpretação dos atores. A produção de Douglas Wick é o típico filme que nos faz imaginar que ele é derivado da descoberta de um novo efeito especial da SPI; e não o contrário. Ou seja, que o enredo foi moldado para as novas possibilidade de se criar imagens virtuais inéditas para o cinema.

É o caso da já comentada cena na qual um sistema de esguichos anti-incêndio inundam um corredor, dando uma visão parcial do homem invisível em meio aos jatos d’água. O supervisor de efeitos especiais, Stan Parks, com anos de experiência no cinema, criou um enorme sistema de recirculação de água que, além de reaproveitá-la, mantinha sua temperatura aquecida para dar mais conforto a Kevin Bacon.

Embora isso não tenha muito importância para quem vai assistir O homem sem sombra, aqui vai algumas informações sobre o perfil do personagem de Bacon: ele é como uma criança mimada, um egocêntrico obcecado por si mesmo e sedento de poder, cujo carisma faz com que os outros o sigam. Quando se torna invisível, deixa-se intoxicar pelo poder. E, inevitavelmente, ele se torna um monstro demente. Ah… a beldade Elisabeth Shue também está no elenco (no lado dos mocinhos).

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