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Críticas

Medos Privados em Lugares Públicos

Seis corações em conflito

Por Luiz Joaquim | 13.02.2008 (quarta-feira)

Em 1959, Alain Resnais dava ao mundo uma obra-prima chamada “Hiroshima. Mon Amour”, que mudaria para sempre a perspectiva de interação entre cinema e literatura. Passados 49 anos, Resnais, hoje um senhor de 85, continua nos dando pérolas audiovisuais. A mais recente aportada no Brasil (estreou em agosto no Rio de Janeiro), chama-se “Medos Privados em Lugares Públicos” (Coeurs, Fra., 2006) e esta em cartaz agora no Cine Rosa e Silva.

Em “Medos Privados…”, Resnais não provoca nenhuma revolução cinematográfica, mas ainda remexe muito bem as emoções de seu espectador com um tema tão explorado quanto atraente para o cinema, a literatura, artes plásticas, teatro… À própósito, o título do filme no Brasil (o original é ‘Corações’), remete à peça homônima de Alan Ayckbourn (o mesmo que deu o maravilhoso “Smokin/No Smokin” em 1993), da qual o filme foi adaptado, sugerindo mais claramente as conturbações internas pelas quais passam os seis protagonistas da história.

Thierry (André Dussollier) é um corretor que tem uma queda pela sua ajudante Charlotte (Sabine Azéma). À noite, ela trabalha cuidando do velho pai doente de Lionel (Pierre Ardit), que trabalha como barman num hotel. Dan (Lambert Wilson) é um de seus fregueses, ex-militar, vive em conflito com a noiva e, por um anúncio amoroso, conhece Gaëlle (Isabelle Carré), que é irmã de Thierry.

Todos eles estão próximo de viver uma cisão séria em suas vidas. Suas histórias amorosas ou decepções de amores, correm indepedentes pelo enredo, apesar de possuírem uma conexão sutilmente impligida por Resnais representada com… neve. Uma conversa numa cozinha pequena, sob a neve caindo, reforça isso, gerando uma de suas cenas mais delicadas e envolventes.

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