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Críticas

Jumper

Não dê um pulo no cinema

Por Luiz Joaquim | 28.03.2008 (sexta-feira)

Numa conversa mesmo antes da sessão para imprensa de “Jumper” (EUA, 2008), realizada na terça-feira passada, discutia-se como um realizador como Doug Liman conduz sua carreira até chegar a um filme pobre em personalidade e rico em clichês como este. Liman, 42 anos, começou a chamar atenção em Hollywood logo em seu segundo longa -metragem “Swingers – Curtindo a Noite”, rodado em 1996 em tom extra-pessoal a partir de um roteiro de Jon Favreau (que dirigiu o inédito “Homem-de-Ferro”). Logo depois reforçou o talento com o divertido “Vamos Nessa” e a grife de sucesso iniciada com “A Identidade Bourne”. Daí, migrou para a TV e criou a série “The O. C.”. Como resultado da vinculação com o novo veículo, veio o caça-níqueis “Mr. e Mrs. Smith” e agora “Jumper”, seu pior trabalho.

Logo de início temos a voz em off de Hayden Christensen (de “Star Wars II e III”) dizendo que quando era adolescente ele era um bobo, “assim como vocês”, completa dirigindo-se ao espectadores. Sua indagação é mais sábia do que ele próprio supunha, uma vez que o público pagou para vê-lo em “Jumper”. O fato é que ao sofrer um vexame na escola, David (Christensen) percebe que fez um teletransporte de um lago gelado para a biblioteca do colégio.

Pula para o início de sua vida adulta na qual David vive como um milionário, via dinheiro roubado dos cofres que ele atravessa a parede entre uma noitada em Londres, uma surfada no Haiti e um bronzeado no Egito em cima da cabeça da Esfinge. Eis que surge um “paladino” na figura de Samuel L. Jackson fazendo cara de mal e com um cabelo pintado de branco, que faz pensar no de Tom Hanks em “O Código DaVinci” como um primor de elegância. Apesar de Christensen atuar como um bitolado nas reações em que seu rosto está em close, há de lhe dar crédito por não cair na gargalhada sempre que contracena com o cabelo de Jackson.

A arrogância de “Jumper” é quase irritante. Ao transpor as perseguições de carro das tradicionais ruas de Nova-Iorque, Detroit ou San Francisco para Roma, Londres e Hong-Kong, há ainda a destruição do Coliseu numa luta entre ‘Jumpers’ e ‘Paladino’. Difícil de acreditar. Difícil de agüentar.

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