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Críticas

Três estréias no Recife

Diabo Mãe Joana Babilônia

Por Luiz Joaquim | 19.09.2008 (sexta-feira)

Antes que o diabo saiba que você está morto (EUA, 2007), de Sidney Lumet
Como aceitar que um velhinho de 84 anos faça um filme tão vigoroso (técnica e psicologicamente), tão perturbador (interpessoal e socialmente) e tão antenado com o mundo de hoje, e não do passado? Fácil, basta que este velhinho atenda pelo nome de Sidney Lumet.

Com seu “Antes que O Diabo Saiba que Você Está Morto” (Before the Devil Knows You Are Dead, EUA, 2007), no Cinema da Fundação, o cineasta consegue não só escancarar a fragilidade humana, escondida em pesadas camadas de frieza em personagens desesperados, como também aponta um seta sobre o absurdo para onde as coisas podem caminhar em nome do dinheiro.

Tudo começa num assalto malsucedido planejado pelos irmãos vividos por Philip Seymour Hoffman (como Andy) e Ethan Hawke. No meio dos dois, a esposa de Andy (Marisa Tomei, estonteante). Eles chegam nesse extremo em função da falência financeira do primeiro e do desastre profissional do segundo.

Perambulando inocente e estupefato (como o espectador) por esse universo está o pai (Albert Finney), sempre como um olhar incrédulo diante da barbárie.

A casa da mãe joana (Brasil, 2008), de Hugo Carvana
Impossível não lembra do já clássico nacional “Vai Trabalhar Vagabundo” (1974), filme no qual Hugo Carvana dirigia e encarnava o estereótipo do desocupado, preguiçoso e malandro brasileiro, quando vemos seu novo “Casa da Mãe Joana” (2008), em cartaz hoje nos multiplex.

O novo trabalho não remete apenas ao filme que alavancou a carreira do Carvana, mas também a toda uma estirpe de produções conhecidas como Pornochanchadas. A questão é que os tempos são outros e a proposta de Carvana soa anacrônica, deslocada. É difícil legar a sério os quatro personagens cafajestes protagonizando “Casa…”. O gigolô Paulo Betti, o hippie José Wilker, o cronista Antônio Pedro Borges e o golpista Pedro Cardoso se vêem ameaçados quando literalmente morre a fonte que garante a casa onde os quatro moram. Em 30 dias, tentam levantar dinheiro com o que chamam de trabalho. Betti satisfaz velhinhas sexualmente, Wilker acompanha um comendador gay (Agildo Ribeiro) e Antônio Pedro tentar escrever artigos enquanto entra em conflito com sua inspiração (Juliana Paes), dentro de uma garrafa de whisky.

Há ainda a filha de Wilker, Fernanda Freitas, que é a única jovem do elenco e que aparece sempre de calcinha na tela. A diferença entre “Casa… ” e as pornochanchadas é o novo foco de interesse dessa velha guarda do cinema brasileiro capitaneada por Carvana. O objeto de desejo aqui não é mais a mulher, e sim o dinheiro.

Missão Babilônia (EUA/Fra., 2008), de Mathieu Kassovitz
O ativo Vin Diesel (“Velozes e Furiosos”, “Triplo X”) chega agora como o mercenário Hugo Cornelius em “Missão Babilônia” (Babylon A. D., EUA, 2008), dirigido pelo francês Mathieu Kassovitz (o namorado de “Amélie Poulain”). Aqui, o grandão Diesel vive num mundo arrasado por guerras. Sua missão é traficar uma moça da Rússia para o Canadá. Durante o percurso, ele descobre que a jovem sofreu uma alteração genética por meio de um vírus mortal e que ameaça todos os humanos. Também no elenco Gérard Depardieu e Charlotte Rampling.

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