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Críticas

Mother

A fúria e a doçura do amor materno

Por Luiz Joaquim | 07.05.2010 (sexta-feira)

Uma máxima diz que amor incondicional, só de mãe, e todas elas estarão em foco no próximo domingo. No Cinema da Fundação, a celebração começa hoje com a estreia do elogiado filme coreano Mother (Madeo, 2009), de Joon-ho Bong. Se alguém questiona a máxima, talvez seja interessante assistir esta pérola do cinema que chega do oriente como um belo exemplo do porquê especialista em cinema do mundo inteiro vir prestando atenção nos realizadores asiáticos.

O diretor Bong é um caso a parte. Em 2006, com seu “O Hospedeiro” (também exibido no Cinema da Fundação), chamou atenção do mundo pela competência em meter medo com um monstro gigantesco crescido nos guetos da Coréia a partir de uma erro químico provocado pelos militares científicos norte-americanos. A destruição ali era massiva.

Em Mother (mãe, em inglês), há também um monstro. Metafórico, é verdade. O monstro do amor absoluto em questão é atriz Kim Hye-ja como a mãe do título. Ela vive com seu filho único Do-joon (Won Bin) que, aos 27 anos, quase que depende totalmente dela para viver. Habitando um mundo entre a inocência e a demência, o adulto-infantil Do-joon tem problemas mentais. Quando esforça-se para lembrar de algo, massageia as têmporas e fica irritado. Mas a idéia de que os dois, mãe e filho, são um só está contida logo no acidente inicial envolvendo Do-joon quando, por descuido com si propria, sua mãe também se machuca, cortando a mão numa faca afiada.

A mãe, de certa forma, não vive sua vida, vive a do filho. E eis que Do-joon é acusado pelo estupro seguido de assassinato de uma garota da região. Impossibilitado mentalmente de se defender, “Mother” mostra todo o calvário pelo qual a mãe passa para provar a inocência do filho, do qual tem certeza de sua inocência, apesar de todas as evidências dizerem o contrário. Como já escreveu uma crítica norte-americana, “Mother” começa como uma história de amor, que se transforma na história de um crime, transmutando-se numa criminosa história de amor.

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