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Festivais

43o. Festival de Brasília (2010) noite 6

Cheiro e toque no cinema de Pablo Polo

Por Luiz Joaquim | 30.11.2010 (terça-feira)

Brasília (DF) – A noite de domingo no 43º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro viu nascer mais um curta-metragem pernambucano. “Café Aurora”, primeiro trabalho de Pablo Polo finalizado em 35mm, teve recepção moderada por aqui. É de se pensar se o rigor estético optado por Polo foi o responsável por isso, uma vez que, como disse o diretor em entrevista ontem pela manhã, sua vontade era a de fazer “um exercício narrativo onde cada plano dissesse alguma coisa”.

Sem diálogos e, por isso, com um destacado desenho de som, “Café Aurora” narra o encontro entre uma escultora deficiente visual e um barista (profissional especializado em café). Em contrapartida às deficiências dos protagonistas, Polo procura ressaltar ao espectador, pela imagem e pelo som, os outros sentidos com os quais o casal da tela pode contar (o toque, o cheiro, o gosto). É assim, um filme que procura operar num campo sensitivo, o que pode não atingir qualquer espectador.

Antes de “Café Aurora”, exibiu o, também sem diálogo, “A Mula Teimosa e O Controle Remoto”, de Hélio Villela Nunes. Solar e realizado em película, o curta pensa no público infantil ao brincar com o atrito e posterior encatamento mútuo do menino do interior com o da cidade. Sua beleza está na desprentensão discursiva, e na natureza das imagens numa estrutura clássica cinematográfica; além da referência involutária a filmes como “Intriga Internacional”, de Hitchcock. O longa da noite foi “Amor?”, de João Jardim.

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