Quando a Folha de Pernambuco cobriu a Mostra de Cinema de Tiradentes pela primeira vez, em 2007, o evento lá completava dez anos e já demonstrava uma maturidade na personalidade curatorial que impressionava pela coerência. Dispunha-se a discurtir o cinema contemporâneio brasileiro, tentando abarcar todas as suas possibilidades de experimentações.

Hoje, quando o evento inaugura às 21h sua 14ª edição, a Mostra chega ainda mais forte, promovendo a exibição gratuita de 134 filmes brasileiros (entre longas e curtas-metragens), com homenagens a Paulo Cezar Saraceni e ao ator pernambucano Irandhir Santos, cinco debates sobre inquietações políticas no nosso cinema atual, além de 12 encontros entre a crítica de cinema, os diretores e o público mineiro.

A noite de hoje, além das homenagens, contará com a presença da Ministra da Cultura Ana de Hollanda e com a celebração da Petrobrás pelo patrocínio a 500 longas. Hollanda irá inaugurar oficialmente o calendário audiovisual brasileiro de 2011, em um de seus primeiros compromissos públicos. Haverá ainda de um desfile de moda desenvolvido pelo estilista mineiro Ronaldo Fraga, para o qual criou 26 peças propondo a reflexão do fascínio do cinema sobre o universo do homem comum.

Nos três espaços de exibições – Cine-Praça, no Largo das Fôrras (2.000 lugares), o Cine-Tenda (700 lugares), e o Cine-Teatro (150 lugares) no Centro Cultural Yves Alves – são distribuídas as mostras “Foco” (com os curtas mais representativos do ano, conforme os curadores), “Olhares” (com filmes premiados), “Vertentes” (com obras que dão noção de multiplicidade) e a “Cena Mineira” (com produções daquele Estado).

Pernambuco está presente na Mostra com dez curtas: “Praça Walt Disney”, de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira, “Mens Sana in Corpore Sano’, de Juliano Dornell (estes dois estreando nacionalmente); “As Aventuras de Paulo Bruscky”, de Gabriel Mascaro, “Uma noite em 68”, de Ionaldo Araujo, “01:21”, de Adriana Câmara, “Aeroporto”, de Marcelo Pedroso, “Peixe Pequeno”, de Vincent Carelli e Altair Paixão, “My Way”, de Camilo Calvacante, “Azul”, de Eric Laurence, “Décimo Segundo”, de Leonardo Lacca (estes dois últimos fazem parte da mostra que homenageia Irandhir).

E ainda os longas-metragens: “Avenida Brasília Formosa”, de Gabriel Mascaro, “Paranã Puca: Onde o Mar se Arrebenta”, de Jura Capela, e “Vigias”, de Marcelo Lordello. O leitor poderá acompanhar a cobertura de Tiradentes pela Folha de Pernambuco.