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Festivais

Sundance 2011

Sundance revela seus segredos

Por Luiz Joaquim | 20.01.2011 (quinta-feira)

A mídia mundial já não dá mais tanta bola para o Festival de Cinema de Sundance, que é o primeiro – a edição 2011 começa hoje na cidade norte-americana de Utah – a acontecer no calendário internacional dos grandes festivais. O descrédito talvez esteja relacionado ao espírito que rege o evento hoje (20).

Ele, o espírito de lançador de talentos do cinema independente dos EUA, não é mais exatamente o mesmo daquele quando nasceu em 1978 e depois ganhou verniz em 1985 pela administração do ator Roberd Redford. Hoje não é difícil encontrar ali títulos dos grandes estúdios (Fox, Warner, etc.) usando Sundance (com a conivência do festival) para lançar seus produtos criados pelos segmentos alternativos (Fox Searchlight, New Line Cinema, etc.).

Para se ter idéia, o festival cresceu tanto que já há alguns acontece dividido basicamente em quatro principais categorias de competição (ficção norte-americana e estrangeira e documentário norte-americano e estrangeiro), além das disputas entre animações e curtas-metragens.

De qualquer forma, sempre vale à pena atentar para o que Sundance tem a revelar, pois muitos de trabalhos exibidos ali pela primeira vez ficam famosos depois, em festivais como Berlim, Cannes, Veneza. Exemplo: em janeiro de 2010, os primeiros a verem “O Assassino em Mim”, foram os espectadores do Sundance. No mês seguinte, no Festival de Berlim, a imprensa especializada do mundo inteiro viu o filme na Alemanha e passou a comentar o teor violento neste filme de Michael Witerbottom, definindo-o para seus leitores como uma das mais importantes estreias a aguardar.

Para 2011, na competição de ficção norte-americana, destaque para o cômico “Another Happy Day”, de Sam Levinson, que gira em torno do dia de um casamento numa família confusa. No elenco, Ellen Barkin e Ellen Burstyn. Destaque também para “Pariah”, de Dee Rees, sobre conflito de identidades entre adolescentes, amizades de risco, uma desesperada busca por expressão sexual no Brooklin. O forte “Pariah” foi escolhido para abrir o festival hoje, às 21h30 (em Brasília, 01h30 da madrugada de amanhã).

Entre os docs americanos, muito esperado é “Connected: An Autoblogography about Love, Death and Technology”, no qual a diretora Tiffany Shlain, com humor, explora o que é visível e invisível nas relações de questões do nosso tempo, como meio-ambiente, consumo, crescimento populacional, direitos humano e a economia global, tudo isso enquanto procura seu lugar no mundo. As combinações de animação e material de arquivo têm sido elogiadas por quem já viu o filme.

Na competição ficção internacional, o italiano “Lost Kisses” (“I Baci mai Dati”), de Roberta Torre, é um dos favoritos. Conta a história de Manuela (Carla Marchese), e como ela, uma menina de 13 anos, vira um celebridade na cidade de Sicília por sua população acreditar que ela promove milagres.

Entre os documentários estrangeiros, teremos “Senna”, sobre o piloto brasileiro, mas dirigido pelo Asif Kapadia (e já exibido por aqui novembro), mas os olhos estão voltados para “Projeto Nim”, realizado pelos mesmo que fizeram “O Equilibrista” (vendedor do Oscar 2009). Agora, o cineasta James Marsh nos apresenta a um chimpanzé, o Nim do título, que nos anos 1970 se tornou o foco de um experimento que tentava provar que um macaco podia se comunicar usando a linguagem dos sinais. O filme tem sido descrito como a biografia de um animal que tentamos transformar num humano. Para conhecer os outros filmes em competição, é so acessar (http://www.sundance.org/festival).

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