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Festivais

15o. Tiradentes (2012) – noite 6

Boa safra de curtas-metragens na mostra mineira

Por Luiz Joaquim | 26.01.2012 (quinta-feira)

TIRADENTES (MG) – Não é só pelos longas-metragens inéditos de jovens realizadores que a Mostra de Cinema de Tiradentes chama a atenção. Os curtas-metragens também têm lugar especial aqui. Eles são divididos em três programas de características distintas: Foco, Panorama e Curtas na Praça.

A noite de quarta-feira mostrou, com a série 3 da ‘Foco’ um dos melhores programas desta 15a edição da Mostra. Foram três trabalhos, um paraibano, “Mais Denso que Sangue”, de Ian Abé, e paulista, “Máscara Negra”, de Rene Brasil, e o ótimo carioca “Quando Morremos à Noite”, de Eduardo Morotó, baseado na história “A Mulher mais Linda da Cidade”, de Charles Bukowski.

Neste último, impressiona como Morotó conseguiu transportar para o Rio de Janeiro o ambiente decadente e obscuro de Bukowski. Numa fotografia monocromática e soturna, conhecemos o doente e beberão, já cinqüentão, Raul (Ronney Villela) que, pelo sexo, se aproxima de uma jovem (Thaís Loureiro) num bar e, sem perceber recebe a injeção de uma vida que já não possuía mais. Triste, trágico, lindo.

O cômico “Máscara Negra” nos leva a terça-feira de carnaval quando um homem se envolve enganadamente com um travesti e só descobre a verdade na quarta-feira de cinzas, dia em que pratica a tradicional pelada vestido de mulher com os amigos. Já “Mais Denso que Sangue” apresenta a encenação de uma Paixão de Cristo diferente, quando numa pequena cidade paraibana o Cristo revida a uma tentativa de assassinato.

O programa Aurora mostrou na quarta-feira o longa paulista “Corpo Presente”, de Marcelo Toledo e Paolo Gregori. Não confundir com o curta-metragem homônimo do pernambucano Marcelo Pedroso. O longa paulistano reúne a história, independentes entre si, de três personagens. A ligação entre eles é, sob certa perspectiva, a morte.

Eles são Cynthia (Simone Iliescu), dançarina de uma boate que também trabalha como manicure e sonha ir para o Japão; Alberto (Marat Descartes), um agente funerário viciado em drogas; e Beatriz (Raissa Gregori), suburbana operária de um fábrica que gosta de tatuagens. Esta última situação aproveita as mesmas imagens usadas no curta “Beatriz: Corpo Presente” (2008) pela dupla de realizadores.

Divertido e triste, “Corpo Presente”, o longa, presta bela homenagem a artistas do cinema brasileiro dos anos 1970, como os atores David Cardoso, Darlene Glória e o diretor, roteirista e critico Alfredo Sterheim.

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