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Festivais

7o CineOP (2012) – balanço

Um CineOP em expansão

Por Luiz Joaquim | 27.06.2012 (quarta-feira)

OURO PRETO (MG) – A maior prova da pertinência da CineOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto, que encerrou a 7a. edição nesta segunda-feira na histórica cidade mineira, é a sua expansão, seja intelectual e política, seja no campo da difusão.

Neste ultimo campo, com a exibição de dezenas de filmes clássicos e contemporaneos em três pontos da cidade – o Cine Vila Rica, o Cine Teatro e na praça – o evento deste ano atingiu cerca de 20 mil espectadores. Um número impressionante para um festival fora de uma capital, e com apenas sete anos de existência.

No aspecto politico, a CineOP continua evoluindo com o interesse de fazer pensar e movimentar-se com questões sobre a preservação e a educação no audiovisual. Neste cinco dias em que agitou Ouro Preto, a Mostra contou com a presença de convidados internacionais – como Carlos Edgar Torres Perez, da Cinemateca Nacional do México; além de outros da Itália, França e EUA. O que serviu para as instituições brasileiras da área terem um contraponto da política pública nestes países para este campo.

No México, por exemplo, Carlos explicou que existem seis cinematecas regionais e mais três em construção, ao invés de uma única centralizadora. A decisão foi tomada em função das dimensões do País e do risco de concentrar todo o acervo num único endereço.

Com 95 profissionais do audiovisual e da educação – representando 65 instituições que participaram do Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e do Forum da Rede Kino – nasceu a Carta de Ouro Preto, divulgada no encerramento, na qual avança para o Plano Nacional de Preservação.

Alguns dos pontos mais ressaltados na Carta diz respeito a “abertura de um diálogo franco e democrático com o poder público brasileiro, visando a formulação conjunta de ações que beneficiem as instituições, os acervos e o acesso a eles…; a formalização do campo da arquivística audiovisual como um saber específico; a promoção de uma formação técnica e acadêmica mais sistematizada, completa e contínua; e o estreitamento das relações e ações mútuas com o campo da educação”.

A Secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana, esteve em um dos seminários mais quentes do encontro, que reverberou em outros debates, como o que participou Cézar Migliorin: “Temos vivido uma centralização na atual gestão do Ministério da Cultura, o que é uma lástima. Projetos como o DocTV, Revelando os Brasis e tantos outros, que atingiam todos os Estados da Federação, estão sendo descontinuados, enquanto os resultados dos últimos editais do Ministério mostram uma concentração absoluta em projetos da região Sudeste”, disse o professor da UFF.

São nestes embates de ideias que o CineOP vai construindo sua história e importância no cenário de festivais de cinema no Brasil.

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