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Festivais

A Cidade É Uma Só?

Um anão que insiste contra um golias

Por Luiz Joaquim | 15.07.2013 (segunda-feira)

Se considerarmos todas manifestações sociais das últimas semanas, impulsionadas por inquietações contra a política nacional, torna-se mais que propício conhecer “A Cidade é Uma Só?”, filme de Adirley Queirós, que exibe hoje às 20h40 na mostra 15 anos do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.

Funcionando como um híbrido de documentário e ficção “A Cidade É Uma Só?” foi notícia em setembro de 2012, por ocasião do Festival de Brasília, quando seu diretor retirou o filme da programação do festival em protesto pelas mudanças sofridas pelo evento em 2011.

O enredo nos conta a história do ficcional Díudu (Dilmar Durães, genial) candidato a eleição pelo Partido da Correria Nacional em Ceilândia, cidade satélite de Brasília com 700 mil habitantes (em Brasília moram cerca de 250 mil pessoas).

Ao mesmo tempo, o filme documenta a busca de uma senhora pelas filmagens que ela fez quando criança, inocentemente, para uma campanha de erradicação e invasão (CEI) promovida pelo governo de Brasília no início dos anos 1970, e que viria formar a CEIlândia, entre outras cidades satélites com todos os problemas pelos quais elas ainda passam hoje.

Interpolando entre estes dois personagens, Adirley cria um filme vigoroso e pontiagudo, mas sem soar militante. Na verdade sua mensagem é dita de forma suave, com a ajuda do humor sempre presente pela autenticidade de Durões como o candidato minúsculo de Ceilândia contra outros gigantes.

São vários os momentos inesquecível que reforçam a beleza e pertinência de um personagem como Díudu. Seja quando ele empurra o carro velho da campanha para pegar no tranco, seja quando grava seu jingle. É uma musiquinha que não sai da cabeça ou, nas palavras do seu compositor: “eu queria fazer uma música bem agradável….. e gângster”. Sensacional.

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