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Críticas

X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido

De volta para o futuro mutante

Por Luiz Joaquim | 22.05.2014 (quinta-feira)

Nos últimos 15 anos, os filmes de super-herói vêm envolvendo um montante de dinheiro tão volumoso que fica difícil comensurar. E quando se fala em algo dessa dimensão, não há apenas um chefe, mas dezenas deles, envolvidos individualmente em cada projeto. Seria ingênuo, então, creditar apenas ao diretor Bryan Singer, ao roteirista Simon Kimberg e ao montador John Ottman os méritos, digamos, autorais pensados para este bom “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido” (X-Men: Days of Future Past, EUA, 2014) que estreia hoje no Brasil.

Ao mesmo tempo, não há como desconsiderar que certamente este trio de profissionais foi uma peça chave para encontrarmos no novo mastodonte hollywoodiano da semana nos multiplex algo que estimula não só os olhos e ouvidos, mas também o cérebro.

É válido dizer, antes de tudo, que no mínimo dois aspectos ajudam a tornar esse sétimo filme da franquia em algo em primeiro lugar divertido. Primeiro que os mutantes criados por Stan Lee e Jack Kirby nos anos 1960 já não pertencem a um séquito de fãs que os acompanham pelas HQs pois, pelo cinema, o X-Men já estão conosco há 14 anos (o primeiro também foi dirigido por Synger). É tempo suficiente para se criar uma empatia com os estranhos heróis do Professor Charles Xavier (Patrick Stewart).

Segundo que o enredo bolado para “Dias de Um Futuro Esquecido” soa como a fusão entre dois clássicos da tela: “De Volta pro Futuro” e “O Exterminador do Futuro”, o que por si só ativa a relação afetiva do espectador com o bom cinema.

Na historinha, estamos num futuro próximo e medonho no qual os Sentinelas exterminam não apenas mutantes mas também alguns humanos por estes carregarem genes que um dia vão gerar mutantes. Sentinelas são robôs gigantes criados em 1973 pelo cientista Trask (o anão Peter Dinklage). Naquele ano, eles foram bolados para liquidar os mutantes, uma então suposta e desconhecida ameaça.

A questão é que, em menos de 50 anos adiante, os Sentinelas tornaram-se imbatíveis com o projeto de Trask desenvolvendo-se a partir do gene da camaleônica Mística (Jennifer Lawrence). Por ele, Trask fez os Sentinelas assimilarem o poder de qualquer mutante com quem tenham contato. Em resumo, para evitar o apocalipse no futuro, Wolverine retorna a 1973 para reunir os então jovens e inimigos Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) e evitar que Mística assassine Trask, o que encorajaria o governo americano a desenvolver seu projeto com os Sentinelas.

À parte a trama sci-fi, “Dias de Um Futuro Esquecido” agrade pela caprichada produção, colocando quase que toda a ação acontecendo num cenário e com os costumes de 41 anos atrás, quando as drogas e a vergonha da Guerra do Vietnã eram fantasmas para a América; e o mistério do assassinato de John Kennedy ainda era um fantasma para o mundo.

Mistério que o filme aproveita para esclarecer (pela lógica dele) e, em tempos de Copa do Mundo, um efeito especial envolvendo Magneto e um estádio enchem os olhos, resgatando a experiência dos bons filmes de ação.

SEQUENCIA – Após os créditos de “Dias de Um Futuro Esquecido” surgem imagens que adiantam uma ideia do próximo filme da franquia, “X-Men: Apocalipse”, para 2016, com direção também de Bryan Singer; e ainda uma sequência com Wolverine (para 2017), com direção de James Mangold.

PS – Agradecemos uma correção sobre a criação dos X-Men feita pela leitora Dandara Palankof

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