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Reportagens

Sociedade civil luta pelo Cine Olinda

Movimento -Ocupe Cine Olinda- já promoveu 3 atos

Por Luiz Joaquim | 24.05.2015 (domingo)

Até 8 de maio, o foco cinematográfico no Recife estava no cinema São Luiz, em função do 19º Cine-PE: Festival do Audiovisual. No dia seguinte, o foco mudava para o Cine Olinda, na Praça do Carmo. Mas não por motivos festivos, como o do evento da BPE Produção. Na frente da centenária construção em Olinda, dezenas de manifestantes reuniam-se no ato “Ocupe Cine Olinda”.

Idealizado por alguns integrantes da produtora Vídeo nas Aldeias, como Ernesto Carvalho e Tiago Torres, o ativista Julien Ineichen, além da atriz Rita Carelli (do filme “Permanência”), o ato convocava as pessoas para protestarem contra o atraso nas obras de restauração do espaço.

“A ação é fruto de um desejo de muitos moradores da cidade que querem aqueles dois fantasmas, o Cine Olinda e o Duarte Coelho, em funcionamento. Tudo foi muito rápido, publicamos o convite às 18h para o encontro às 20h e muita gente compareceu. O efeito também foi rápido. Aconteceram algumas pichações e no dia seguinte o muro já estava sendo pintado”, recorda Carelli.

Ela lembra que, de acordo com o relatório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Olinda (Iphan), que responde pela restauro do espaço – que quando pronto terá o nome de “Cine Olinda Convenções” – suas obras estão mais adiantados. Rita refere-se a “Nota de Esclarecimento” que o Instituto tornou pública dia 15 de maio. Mesma data em que o “Ocupe Cine Olinda” também convocava a população para um segundo ato dia 16 de maio.

A Nota dizia que o Iphan tinha “cerca de 50% dos serviços estabelecidos na planilha da obra concluídos. Observamos que o processo vem sendo gerido dentro da legalidade, com o objetivo de garantir a conclusão da obra, porém reconhecemos que a execução dos serviços não está acontecendo no ritmo desejado, mas sim no possível”; e que “os serviços restantes a serem executados resumem-se à instalação dos equipamentos de climatização, sonorização, mecânica cênica, iluminação e projeção”. Para isso, continua o informativo, o Iphan está “atualizando o cronograma da obra junto à Empresa Contratada [que concluiria em junho], para definirmos um novo prazo de conclusão dos serviços…”.

Ontem, um novo encontro aconteceu em frente ao cinema com projeções de curtas-metragens temáticos – assim como nos atos dos dias 9 e 16. Na ocasião os participantes refletem e discutem sobre a importância dos espaços públicos. “Existem diversos movimentos similares no Brasil, e estamos nos articulando também com Belo Horizonte nesse sentido. Ações assim são simples reflexos de que a população vem tomando cada vez mais consciência de que estes espaços são nossos”, concluiu a atriz.

Até o fechamento desta edição, a chefia do Escritório Técnico do Iphan em Olinda não estava disponível para comentar o assunto por questões de agenda interna, colocando-se, entretanto, disponível para falar a partir desta semana.

HISTÓRIA – O Cine Olinda iniciou seu funcionamento em 1911, como Cine Theatro de Variedades. Nos anos 1920, ganhou o atual nome. Funcionou até a década de 1970, sendo desapropriado pela Prefeitura de Olinda em 1979.

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