X

0 Comentários

Entrevistas

Entrevista: Arnold Schwarzenegger

Ele está voltando

Por Luiz Joaquim | 02.06.2015 (terça-feira)

RIO DE JANEIRO (RJ) – Toda uma geração que viveu a adolescência nos anos 1980 espera com curiosidade o dia 2 de julho para reencontrar nos cinemas um velho amigo. É a data em que o ciborgue T-800 volta às telas do Brasil em “O Exterminador do Futuro – Gênesis” (Terminator – Genisys), dirigido por Alan Taylor.

É o quinto filme da franquia iniciada em 1984 pelo diretor James Cameron e que traz Arnold Schwarzenegger de volta à série após fracasso do filme 4, “O Exterminador do Futuro: A Salvação” (2009), que não contou com sua participação.

Com o astro no Rio de Janeiro desde quarta-feira passada para promover o “Arnold Classic 2015”, evento de fisiculturismo que ele próprio produz há três anos, a Paramount reuniu entre domingo e ontem cerca de 150 jornalistas de cinco países da América Latina para mostrar 20 minutos de cenas do novo filme e entrevistar o eterno exterminador.

Atencioso e bastante falante, a primeira colocação que fez questão de registrar foi sua satisfação em saber que os produtores David Ellison e Dana Goldberg o queriam no novo filme. “Nada garante que sejamos convidados para permanecer numa franquia importante. Senti que eles confiavam em mim”, agradeceu, lembrando que precisou exercitar-se duas vezes por dia para ganhar, hoje aos 66 anos, a mesma massa muscular que tinha há 31 anos.

Sobre contracenar com Emilia Clark (atriz famosa pela série de tevê “Games of Thrones”, que no filme interpreta Sarah Connor – aquela que gerará John Connor, o salvador da humanidade numa 2029 dominado pelas máquinas), o ator disse que “a escolha foi ótima, todos os homens babam por ela; mas a pergunta era: será que ela daria conta do que Linda Hamilton fez maravilhosamente bem nos filmes 1 e 2? Bem, acompanhei o treinamento físico de Clark por meses, 24 horas por dia, e vi a transformação pela qual seu corpo passou. Comecei a respeitá-la também pela sua disciplina em aprender a lidar com tantas armas”, recordou.

Já para o veterano, voltar a entrar no pele do ciborgue não foi tão difícil. “É como andar de bicicleta, não esquecemos. O difícil é dar diversos tiros sem piscar com o susto do barulho e da luminosidade das armas, sim, porque sou uma máquina e uma máquina não precisa piscar”, explica.

O ator também recordou que no início da carreira todos diziam na Áustria (seu pais de origem) que ele nunca assumiria o protagonismo de um filme, principalmente nos EUA. “Era todo tipo de negatividade. Eles diziam: ninguém vai saber pronunciar seu nome, seu corpo é hiperatrofiado, o máximo que conseguirá é figurar como um soldado alemão. Bem, o que parecia ser ruim acabou sendo positivo. Lembro do [James] Cameron dizendo: ‘se não tivéssemos o Schwarzenegger teríamos de inventar um, e `O Exterminador…` só deu certo por que ele fala mesmo como um máquina”, brincou.

Para surpresa do ator, que só viu o novo filme há quatro dias, o resultado foi uma obra com o lado emocional muito forte, considerando que neste “Gênesis” o T-800 volta ao passado para encontra Sarah Connor aos 9 anos de idade e daí em diante a protege como se fosse seu pai até ela tornar-se uma mulher forte em 1984. O que se vê aqui, portanto, é um ciborgue envelhecido e tentando agir como humano, sob orientação de Sarah.

“Por conta disso”, explica o ator, “vocês vêem aquele meu sorriso que parece o de um cavalo, porque o sorriso dos humanos vem do coração. Há uma cena que precisamos fazer um viagem no tempo e Sarah diz que vai ter saudade. Eu digo que não entendo tal sentimento e ela faz uma expressão como quem diz: `É, não tem jeito mesmo de aprender`”.

“Tenho orgulho da equipe que criou essa história toda nova para este filme. E o fato de terem chamado gente de Cameron [Laeta Kalogridis, produtor de “Avatar”] mostra o respeito por este seu trabalho, que foi tão importante para a carreira de todos nós”, encerrou.

*Viagem a convite da Paramount Pictures

SEQUÊNCIAS – Além de “O Exterminador do Futuro”, Schwarzenegger irá reaperecer em outros papeis que lhe foram caro como “Conan” (1982) e “Irmãos Gêmeos” (1988), quando voltará a contracenar com Danny DeVito e ser dirigido por Ivan Reitman. “Estamos ansiosos para ver o roteiro pronto, pois agora somos três, trigêmeos”, adiantou o ator.

Mais Recentes

Publicidade