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Festivais

5º Stop Motion (2015) – Recife

São Luiz recebe nova edição do festival

Por Luiz Joaquim | 25.11.2015 (quarta-feira)

Ainda não chegou a 20 a quantidade de dias que o cinema São Luiz reabriu com seu novo equipamento de projeção e hoje (25) o palácio da rua da Aurora já recebe seu terceiro festival audiovisual. Agora é a vez do caracol – símbolo do Festival Internacional Brasil Stop Motion – circular por ali. Em sua 5ª edição, o evento que concentra seu trabalho em difundir a técnica que dá ideia de movimento a objetos inanimados captados quadro a quadro, segue até a sexta-feira (27) com sessão gratuitas a partir das 19h30, e uma sessão infantil às 17h no sábado (28), dia do encerramento.

Ao todo, o “Stop Motion” apresenta 61 filmes de 26 países, com a programação apresentando cerca de uma dúzia de curtas-metragens por dia no São Luiz. Títulos que o espectador provavelmente não terá chance de rever uma segunda vez no Recife. Eles vêm de lugares como a Holanda, Austrália, Israel, Finlândia, Argentina, França, Uruguai, Estados Unidos, Itália, Canadá, Índia, Inglaterra, Espanha entre outros.

Um dos trunfos desta edição está na exibição do novo longa-metragem “Malá z Rybárny”, do diretor tcheco Jan Balej, que abre o evento hoje no São Luiz. O “Stop Motion” orgulhosamente anuncia que será a primeira exibição do filme na América do Sul. O filme é uma livre adaptação do clássico “A Pequena Serei”, de Hans Christian.

Balej, a propósito, é o homenageado desta edição, e promoverá uma master class às 14h de amanhã na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) – vagas esgotadas. Ainda na Unicap, entre amanhã e sexta-feira, o chefe de animação de “Malá z Rybárny”, Michael Carrington, ministra a oficina “Animação de Personagens”, direcionada à animadores experientes. Há também a oficina de animação em Stop Motion com Camila Kauling; a oficina de Stop Motion para surdos com Tatiana Martins e André Luiz e, por fim, a oficina infantil de Stop Motion com Nathália Vieira – todas com vagas esgotadas.

Além do São Luiz e da Unicap, o 5º “Stop Motion” este ano ocupa também o Cinema do Museu do Homem do Nordeste (Casa Forte), que recebe às 15h de amanhã uma mostra com audiodescrição, quando serão exibidos nove filmes. É o terceiro ano que o evento dedica um programação dessa natureza com, cada vez, mais público. Desta vez, serão exibidos filmes do Brasil, Argentina, Inglaterra, Coreia do Sul, Estados Unidos, Holanda, Eslovênia e Canadá.

BRASIL – O Brasil aparece na competitiva deste “Stop Motion” com os curtas “Bem me Quer”, de Levi Magalhães (Ceará), “The Old Lady”, de Eve Ferretti (Curitiba), “O quebra-cabeça de Tarik”, de Maria Leite (Belo Horizonte) e ” Òrun Àiyé – A criação do mundo”, de Jamile Coelho e Cintia Maria (Bahia).

ENTREVISTA: Jan Balej
“É maravilhoso!”, disse ontem pelo telefone, da praia de Porto de Galinhas, um empolgado Michael Carrington sobre o Brasil. Tendo sido chefe de animação de “Malá z Rybárny”, longa-metragem do diretor tcheco Jan Balej que abre hoje o 5º Festival Stop Motion, Michael (e também Jan) está pela primeira vez no País. O primeiro para ministrar uma oficina e o segundo sendo homenageado.

Uma vez que Jan não é fluente em inglês, Michael intermediou, traduzindo para o tcheco, um bate-papo com o diretor. Sobre seu novo filme, Jan destacou que o que mais o atraiu em adaptar “A Pequena Sereia” para “Malá z Rybárny” estava no desafio de contar “um muito forte história adequando-a aos dias de hoje”.

Entendendo que sua técnica de animação requer a dedicação de uma vida, Jan lembra que o reconhecimento não vem fácil. Seu filme anterior, “One Night in The City” (2007) foi um exemplo raro de sucesso. “Considerando que ele ganhou diversos prêmios em 19 festivais pelo mundo, entendo que foi um sucesso. Mas não é um tipo de cinema que o mercado assimila com facilidade”.

Na Tchecoslovaquia, a animação em stop motion é bastante tradicional, conta o cineasta, “mas é uma arte muito difícil de realizar, mesmo assim há uma continuação desse ofício, mantendo vivo ideias como a de algumas referências do país como o grande mestre Jiří Trnka (1912-1969). Assim, a tradição transpassa pelos filmes de hoje”, explicou Jan.

Como conselho aos jovens realizadores em “stop motion”, Jan lembra que “obviamente é uma trabalho que requer muito e muito tempo [risos], mas para começar eu diria para escolher uma boa história. Alguns animadores iniciam pelo desenho de produção, mas acho que o que importa mesmo é a história por trás de tudo”, concluiu.

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