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Festivais

20o. Cine-PE (2016) – noite 3 (curtas)

Homenagens dentro e fora da tela na terceira noite do festival

Por Luiz Joaquim | 06.05.2016 (sexta-feira)

JULIANA SOARES LIMA

A terceira noite do Cine PE, foi aberta com uma homenagem comandada pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos Cinematográficos) ao crítico Christian Petterman, falecido em São Paulo na noite da última terça-feira. As sessões foram abertas com a exibição do curta-metragem Soberanos do Congo, de Raoni Moreno, na mostra pernambucana, seguido de Das Águas Que Passam (ES), de Diego Zon, na mostra nacional.

Das Águas Que Passam foi o representante brasileiro na competição de curtas do último Festival de Berlim. É um bonito documentário sobre a rotina da pesca em regência, no Espírito Santo. Com pouca interferência nos objetos filmados, sua opção pelo desenvolvimento moroso ao retratar a rotina dos pescadores constrói uma temporalidade que remete à atmosfera e ao ritmo lento do mar. A potência do filme se torna ainda maior ao sabermos que hoje em dia as águas daquele rio estão completamente inaptas para a pesca, graças ao desastre ocasionado pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, no final do ano passado. Hoje em dia os pescadores da região, impossibilitados de executar a pesca, contam apenas com uma ajuda de custo mensal da mineradora.

Soberanos do Congo é um curta-metragem que mergulha na cultura dos maracatus de raiz, explorando sua religiosidade, seus rituais, suas músicas e suas cores. Quando questionado a respeito do tom institucional do seu curta-metragem, Raoni Moreno, diretor de Soberanos do Congo, respondeu que, apesar da potência dos seus depoimentos, que sustentaria o filme por si só, preferiu deixar a narração over pelo seu tom poético. A didática do filme agradou bastante principalmente a plateia não-local, que foi capaz de entender o maracatu para além de mais uma das tantas manifestações carnavalescas locais.

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