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Festivais

46. Gramado (2018) – premiação

Nara Normande recebe Kikito de melhor curta e dá recado a Ancine: “Curta-metragem é filme, pô!”

Por Luiz Joaquim | 26.08.2018 (domingo)

com informações da assessoria da distribuidora Olhar Brasil.

O Festival de Cinema de Gramado anunciou seus vencedores na noite de ontem (25) e Ferrugem, de Aly Muritiba, foi o grande vencedor. O longa recebeu os prêmios de desenho de som, roteiro e melhor filme. Ferrugem estreia próxima quinta-feira (30) nos cinemas.

Nara Normande foi a vencedora do título de melhor curta-metragem com a produção pernambucana, a animação Guaxuma. Ao receber o Kikito, Nara levantou sua voz de protesto contra critérios de avaliação da Ancine. Usando uma camisa com a estampa dizendo “Ancine, eu existo!”, Nara desabafou: “Curta é filme. Curta de animação é filme. Pelo amor de Deus, né!”.

Vestindo uma camisa com a mesma estampa, o diretor pernambucano Leo Tabosa também subiu ao palco do Palácio dos Festivais para receber o prêmio de melhor fotografia (para Beto Martins), pelo curta Nova Iorque, tendo recebido também o Prêmio Canal Brasil

Leo Tabosa recebe Kikito de fotografia em curta-metragem para Beto Martins, por “Nova Iorque” – Foto: Edison Vara.

Em seu Ferrugem, Muritiba mergulha no universo jovem para contar a história de Tati, uma adolescente cheia de vida, que gosta de compartilhar seus melhores momentos no Instagram e Facebook e que terá sua vida virada do avesso quando algo que ela não queria compartilhar com ninguém cai no grupo de whatsapp do colégio.

“Depois de realizar meu primeiro longa, Para Minha Amada Morta, que fala sobre luto e de como imagens registradas através de uma câmera VHS podem ter certas consequências na vida de quem a assiste, decidi que o meu próximo filme seguiria investigando estes temas, mas agora centrando a história no mundo adolescente. Como realizador que já foi professor de ensino médio e que é pai de um adolescente, me pus a pensar acerca das redes sociais. Um comunidade do prazer e da felicidade baseada nas aparências, um universo habitado por autoimagens e promessas de prazer eterno, e de como isto acaba submetendo a todos, mas aos jovens em especial, a uma superexposição que gera confusão de limites entre as esferas públicas e privadas que muitas vezes pode ser fatal. Foi este o ponto de partida para a escrita de Ferrugem, uma história sobre medo, insegurança, crescimento e misoginia”, explica o diretor.

Muritiba, a direita, e equipe de “Ferrugem” reecbem prêmios em Gramado – foto: Cleiton Thiele.

Ferrugem fez sua estreia mundial na mostra competitiva World Cinema, do Festival de Sundance 2018 e depois foi a outros festivais pelo do mundo como o 20th Taipei Film Festival (Taiwan), o 20th SEOUL International Women’s Film Festival (Coreia do Sul), o 48th Edition of the Giffoni Film Festival (Itália).

Em setembro, ele será exibido no San Sebastian International Film Festival na Espanha, dentro da programação da mostra competitiva Horizontes Latinos ao lado de outras grandes produções.

Ferrugem é uma produção da Grafo Audiovisual, em coprodução com a Globo Filmes, tem Fernando Meirelles e Guel Arraes como produtores associados, George Moura como supervisor de roteiro e será distribuído no Brasil pela Olhar Distribuição.

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