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Festivais

Festival do Rio 2008 (abertura)

A festa do cinema

Por Luiz Joaquim | 25.09.2008 (quinta-feira)

Curiosa conexões ligam a abertura do Festival do Rio 2008 com a edição 2007. Ano passado, “Tropa de Elite”, de José Padilha, abriu o evento no Cine Odeon Petrobrás. O mesmo Padilha que ganhou respeito com o anterior “Ônibus 174” (2002). Hoje à noite, na cerimônia inaugural, Bruno Barreto estará lá apresentando seu “Última Parada: 174”, cujo protagonista é o mesmo Sandro do Nascimento (nesta ficção, vivido pelo ator Michel de Souza) do documentário de Padilha.

Esta primeira sessão do Festival é geralmente muito disputada – como a maioria das outras – e, apostando novamente num filme que toca nas questões de deficiências sociais do país, provavelmente haverá repercussão na edição de sábado pela imprensa nacional, mesmo que o filme de Barreto funcione numa voltagem bem mais baixa que os de Padilha. O CinemaEscrito estará lá cobrindo o Festival.

Já não é de hoje que o Festival do Rio carrega, com mérito, o título de maior festival de cinema da América Latina. Para este ano, nos próximos 15 dias, contabilizam-se 350 filmes vindos de 60 países. Para dar conta de tanta imagem na tela, a cidade se mobiliza e 30 pontos de encontro, entre salas e lonas de cinema, são definidos como a casa do festival. A palavra Festival aqui, realmente faz valer a etmologia em ‘festa’.

Ao todo, 20 mostras temáticas tentam ‘enquadrar’ as mais de três centenas de filmes selecionadas. No bojo de tantas produções estrangeiras, nunca faltam os novos trabalhos de monstros consagrados – como Woody Allen (com “Vicky Cristina Barcelona”), ou Francis Ford Copolla (com “Youth without Youth”), ou ainda o novo dos Irmãos Coen (“Queime Depois de Ler”) com estréia marcada para o Brasil em novembro.

Títulos celebrados nos três mais importantes festivais do mundo – Berlim, Cannes, Veneza – também ganham sua première no evento carioca. “La Mujer Sin Cabeza”, da argentina Lucrecia Martel é um deles. Seu filme está num programa que contempla as obras latinos. Nele, teremos os novos trabalhos de Rodrigo Plá (“Desierto Adentro”), Daniel Burman (“El Nido Vacio”), Pablo Trapero (“La Leonora”) e de outros.

Mas, para os cinéfilos, o bom mesmo é ‘descobrir’ títulos sem pedigree, que aparecem sem holofotes na programação e revelam-se pérolas cinematográficas. Alguns nem chegam a ser lançados no Brasil, sendo a exibição no Festival a única do Brasil.

Como se não bastasse, a Première Brasil (PB) – programação dedicada aos novos filmes brasileiros – oferece hoje o maior e mais completo painel de nossa produção nos últimos 12 meses. É dividido em competitiva de longas em ficção, documentário, e curtas-metragens. Concorrem ao troféu Redentor. Na PB, mas num bloco hor-concours, passa o longa pernambucano “Crítico”, de Kleber Medonça Filho, em sessão de Gala no Cine Palácio às 18h do próximo dia 4, na Cinelândia, tradicional ponto de encontro do Festival do Rio.

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