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Festivais

4º CineOP (2009) – abertura

Clássicos em revisão em Ouro Preto

Por Luiz Joaquim | 19.06.2009 (sexta-feira)

O material de divulgação do 4ø CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, que inicia hoje e segue até terça-feira na histórica cidade mineira, traz um trecho do discurso de Martin Scorsese por ocasião da inauguração da nova cinemateca francesa em 2005. Lá o mestre fala deste bem universal: “Criamos, e isto dá a obrigação de preservar os elementos físicos do cinema, assim como sua alma”.

Para quem acompanhou as outras edições do CineOP, já sabe que a mostra tomou para si, com muita responsabilidade, a bandeira da preservação da imagem e memória do cinema brasileiro. Não é tarefa simples considerando a pouca vocação nacional para o cuidado com a própria imagem. E é, entre outras coisas, por essa dificuldade que é louvável a iniciativa da realização feita pela Universo Produção, estando a frente a figura de Raquel Hallack.

Se ano passado o foco estava nos anos 1960, com destaque sobre a obra de Glauber e Sganzerla, hoje a curadoria do crítico Cleber Eduardo olha para a rica década de 1970 em todas as suas peculiaridades dentro do cinema, com especial atenção para dois aspectos: a conquista do mercado pelo cinema brasileiro e o poder do corpo feminino na tela.

As questões rendem três seminários de temática histórica, que serão igualmente históricos, se considerarmos seus participantes. Amanhã, às 11h, Lucy Barreto, Zezé Motta (homenageada este ano), Zilda Mayo e Cacá Diegues debatem “Mulheres dos Anos 1970”. Logo depois, às 15h, Luiz Carlos Barreto, Neville d’Almeida, Roberto Farias, e Geraldo Veloso discutem “A conquista do mercado”; e no domingo, às 15h, Carlos Reichenbach, Inácio Araújo, Neide Ribeiro, Guilherme de Almeida Prado e Alfredo Sternheim comentam “As estratégias da Boca do Lixo”.

Outros seminários, com temática na preservação, também correm paralelo, além das oficinas e performances de arte, começando, à noite, as sessões de cinema no belo Cine Vila Rica. O clássico anos 70 que abre ao CineOP hoje às 21h é “Xica da Silva” (1976), de Cacá Diegues. Amanhã (19h), Sônia Braga aparece em “A Dama do Lotação” (1978), de Neville d’Almeida, para voltar a aparecer em “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto (na segunda-feira, às 20h).

Ainda no sábado (às 23h), Carlão apresenta seu erótico-político “A Ilha dos Prazeres Proibidos” (1977); e Roberto Farias, no domingo (às 19h30) passa “A 300 Km por Hora”, estrelado pelo Rei Roberto Carlos.

O CineOP também oferece uma mostra de curtas-metragens com a nova safra contemporânea. Em 31 sessões divididas em três pontos distintos da cidade, a grade contempla três já consagrados trabalhos pernambucanos: “Superbarroco”, de Renata Pinheiro, e “Muro”, de Tião, que exibem sequenciados na segunda-feira; e “Nø 27”, de Marcelo Lordello, que exibe na terça-feira. O leitor poderá acompanhar a cobertura do CineOP pela Folha de Pernambucano, pelo segundo ano consecutivo.

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